Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de Deus era que houvesse cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de Deus.
1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a Deus resumia-se em cerimônias e liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática.
Os sacerdotes eram professores habituais, instruíam a mente do povo.
2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de Deus.
O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um viver realmente santo.
Os profetas preocupavam-se com a justiça espiritual e a purificação do coração. Pregavam o reavivamento, desafiavam o arbítrio, e se pronunciavam com enérgica insistência quanto à lei era negligenciada pelos líderes e pelo povo.
Ambas as funções eram importantes para o sistema de aliança de Israel, e se completavam. Ambos interpretavam a lei.
A mensagem dos profetas do antigo testamento.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais:
1) A natureza de Deus.
a) Declaravam ser Deus o Criador e Soberano onipotente do universo, e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo. (Is 44.28; 45.1; Am 5.27; Hc 1.6).
b) Enfatizavam que Deus é santo reto e justo, e não pode tolerar o pecado, iniqüidade e injustiça. Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar a sua ira. Sendo Deus santo, em sua natureza, requer que seu povo seja consagrado e santo ao SENHOR (Zc 14.20; Is 29.22-24; Jr 2.3).
Como o Deus que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como parte de um compromisso de relacionamento mútuo.
2) O pecado e o arrependimento.
Os profetas do AT compartilhavam da tristeza de Deus diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de seu povo segundo o concerto. E falavam palavras severas de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idêntica a de João Batista e de Cristo: “arrependei-vos, senão igualmente perecereis”. Prediziam juízos catastróficos, tal como a destruição de Samaria, pela Assíria (Os 5.8-12; 9.3-7; 10.6-15), e a de Jerusalém por Babilônia (Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2, 24-27).
3) Predição e esperança messiânica.
a) Embora o povo tenha sido globalmente infiel a Deus e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. Sabiam que Deus cumpriria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente fiel No fim, viria o Messias, e através dEle, Deus haveria de ofertar a salvação a todos os povos.
b) Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança da era messiânica. Eles tinham de falar a palavra de Deus a um povo obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o futuro.
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