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sábado, 27 de agosto de 2011

Anotações da Bíblia para crianças: culto do bebe-Qual a utilidade destes objetos e o ...

Anotações da Bíblia para crianças: culto do bebe-Qual a utilidade destes objetos e o ...: 1- A Sombrinha: ( Proteção ) serve para proteger-nos da chuva ou do sol. A criança também é protegida pelos pais, os pais fazem de tudo...

ANOTAÇÕES DA BÍBLIA: CURIOSIDADE SOBRE PEDRO

ANOTAÇÕES DA BÍBLIA: CURIOSIDADE SOBRE PEDRO: Pedro =nome em grego-Pedra, Rocha. Pedro o zelote (uma seita intensamente nacionalista). Simão Barjonas= nome em hebraico Cefas o cana...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

TESSALONICENSES

                                 Cartas aos Tessalonicenses
A primeira cidade européia a ser visitada nas viagens missionárias de Paulo, foi Filipos onde ele e Silas foram açoitados e aprisionados. Depois de soltos corajosamente continuaram sua jornada. Foram para Tessalonica. 160 km dali.  
Quando Paulo chegou a Tessalônica durante sua segunda viagem missionária, alguns foram convertidos pela pregação do evangelho. Outros principalmente judeus invejosos rebelaram-se violentamente contra Paulo e os outros pregadores, querendo levá-los à força para o meio do povo para serem julgados como criminosos (veja Atos 17:1-5). Como não podiam achá-los, "arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades", acusando-os de hospedar homens que "procedem contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei" (veja Atos 17:6-7). Mesmo com esta tribulação a igreja floresceu. Alguns meses depois de sua saída de lá, Paulo escreveu para encorajá-los a continuarem firmes no Senhor com a mesma convicção do início.
Duas cartas inspiradas das Escrituras Gregas Cristãs, e valiosas, talvez as primeiras a ser redigido pelo apóstolo Paulo, que se identifica como o escritor de ambas. (1Te 1:1; 2:18; 2Te 1:1; 3:17) Na época em que essas cartas foram escritas, Silvano (Silas) e Timóteo estavam com Paulo. (1Te 1:1; 2Te 1:1) Isto indica que elas foram enviadas de Corinto, visto que não há nenhum registro de que esses três homens tenham trabalhado de novo juntos, depois de sua estada em Corinto, durante a segunda viagem missionária de Paulo. (At 18:5) Visto que os 18 meses de atividade do apóstolo em Corinto parecem ter começado no outono de 50 dC, é provável que a primeira carta aos tessalonicenses tenha sido escrita por volta dessa época. (At 18:11) A segunda carta deve ter sido escrita não muito tempo depois, provavelmente por volta de 51 dC. 

          Em todos os catálogos importantes do segundo, do terceiro e do quarto séculos dC, as duas cartas são alistadas como canônicas. Elas também se harmonizam plenamente com o restante das Escrituras ao admoestarem os servos de Deus a manter uma conduta excelente em todas as ocasiões. É digna de nota também a ênfase que se dá nestas cartas à oração. Paulo, junto com seus colaboradores, sempre se lembrava dos tessalonicenses em oração (1Te 1:2; 2:13; 2Te 1:3, 11; 2:13), e o apóstolo os encorajou: “Orai incessantemente. Dai graças em conexão com tudo.” (1Te 5:17, 18) “Irmãos, continuai a orar por nós.”  1Te 5:25; 2Te 3:1.

Fundo Histórico de Primeira Tessalonicenses.
A congregação à qual Primeira Tessalonicenses foi dirigida sofreu perseguição praticamente desde o início. Depois de chegar a Tessalônica, Paulo pregou na sinagoga local por três sábados. Considerável número de pessoas tornou-se crentes, e formou-se uma congregação. Judeus fanáticos, ortodoxos, porém, provocaram violento motim. Quando não encontraram Paulo e Silas na casa de Jasão, a turba arrastou Jasão (jason) e outros irmãos até os governantes da cidade, acusando-os de sedição. Apenas depois de pagarem “suficiente fiança” é que Jasão e os outros foram libertados. Isto moveu os irmãos a enviar Paulo e Silas para Beréia, à noite, evidentemente para o bem da congregação e para a segurança dos dois.  At 17:1-10. 

            Depois disso, além de contínua perseguição (1Te 2:14), a congregação pelo visto sentiu grande tristeza com a perda de um, ou mais, de seus membros na morte. (4:13) Cônscio da pressão que se exercia sobre a nova congregação, e muitíssimo preocupado com o efeito que isto teria, Paulo enviou Timóteo para confortar e fortalecer os tessalonicenses. Antes disso, o apóstolo tentara duas vezes visitá-los, mas ‘Satanás se interpusera em seu caminho’.  2:173:3. 

         Paulo regozijou-se ao receber o relatório encorajador de Timóteo sobre a fidelidade e o amor dos tessalonicenses. (1Te 3:6-10) No entanto, eles precisavam de mais encorajamento e admoestação para resistirem às fraquezas da carne. Por este motivo, além de elogiar os tessalonicenses por sua perseverança fiel (1:2-10; 2:14; 3:6-10) e de confortá-los com a esperança da ressurreição (4:13-18), Paulo exortou-os:
 A continuar seguindo o proceder aprovado por Deus e a fazê-lo ainda mais plenamente. (4:1, 2)
Entre outras coisas, o apóstolo aconselhou-os a abster-se de fornicação (4:3-8),
a amar uns aos outros em medida mais plena, a trabalhar com suas próprias mãos (4:9-12),
a permanecer espiritualmente despertos (5:6-10),
a ter consideração pelos que trabalhavam arduamente entre eles, a ‘admoestar os desordeiros, a falar consoladoramente às almas deprimidas, a amparar os fracos, a ser longânimes para com todos’ e a ‘abster-se de toda forma de iniqüidade’ (5:11-22).
Interessante: Em cada capítulo deste livro encontramos uma referência a primeira fase da segunda vinda de Cristo, o arrebatamento da igreja.
Cap.1.10 – Libertos pela vinda
Cap.2.19 – Recompensados na sua vinda
Cap.3.13 -  Firmes em santidade até sua vinda
Cap.4.13-18 – Confortados pela sua segunda vinda
Cap.5.22 – Irrepreensíveis na sua vinda
Tema:O  ARREBATAMENTO DA IGREJA.
Esta carta preocupa-se principalmente com a primeira fase da sua vinda “ARREBATAMENTO”.
Refere-se à igreja sendo poupada da ira de Deus, ao ser tirada daqui (1:10;5:9)
A necessidade de se manter uma vida irrepreensível (3:13)
Para o encontro dos santos com Cristo nos ares (4:7)
A segunda carta aos Tessalonicenses já diz da “MANIFESTAÇAO” Este é o tempo em que Jesus virá para julga o mundo e estabelece aqui seu reinado por mil anos.
Vamos dividir esta carta em duas partes:
I - Os caps 1,2 e 3- Paulo relembra seu passado
Os convertidos - Nos cap 1 –  
Os evangelistas Nos cap 2 e 3 –
cap 2 -  Paulo e cap 3­ – Timóteo
II – Os caps 4 e 5 - Ensino para  futuro
cap 4 -  arrebatamento da igreja
cap 5 – Exortações quanto ao Dia do Senhor.






TERCEIRA E QUARTA VIAGENS DE PAULO


Em sua terceira viagem evangelizadora tem com objetivo fortalecer os discípulos nas novas igrejas na Ásia Menor e Grécia. Tal como nas missões anteriores, Paulo sempre parte da igreja onde congregava em Antioquia, de onde segue por terra até Éfeso (capital da província Romana da Ásia. Era a cidade mais importante da região e cruzamento de rotas comerciais. Nela estava o templo da deusa Diana (At.19:35 -chamada pelos romanos de Ártemis,uma das sete maravilhas do mundo antigo.Atualmente a cidade está em ruínas, e encontra-se localizada na região da Anatólia, Turquia.)Paulo dá muita atenção à igreja de Éfeso onde acontecem milagres
Após uma confusão em Éfeso (At. 19:23-41) com Demétrio, o ourives,Paulo segue para Macedônia  e Acaia(atual Grécia) onde visita igrejas. . Passando por Tarso, Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisidia. Retornou a Ásia indo pela Macedônia.
De volta a Ásia Paulo reúne-se com a igreja de Trôade, em que é presenciado um milagre de ressurreição de um jovem que havia despencado da janela do terceiro andar ao adormecer durante um prolongado discurso proferido por Paulo. Ao desembarcar em Mileto Paulo tem um comovente encontro com os presbíteros da igreja de Éfeso. Deixando esta cidade passa por Tiro e Cesaréia, indo novamente apresentar-se em Jerusalém sabendo que lá iria ser preso.
Nesta viagem ele escreveu I Coríntios e a carta aos Romanos em Coríntios. Esta viagem durou cerca de quatro anos.
Nesses anos o Evangelho se expandiu por todo o império, chegando a todas as grandes cidades, inclusive a capital Roma, o “fim do mundo” (At 1,8).
         Se seguirmos a descrição das três viagens de Paulo e seus companheiros, narrada nos Atos dos Apóstolos vê que eles percorreram em torno a 16 mil quilômetros. Enfrentaram muitos problemas (2Cor 11,25-26) e também dificuldades da própria missão de anunciar o Evangelho.
         As comunidades que surgiam pequenas e frágeis levavam a sério a mensagem de Jesus. E foram os outros a reconhecer isso. Em Antioquia, para distingui-los, deram a eles o nome de Cristãos (At 11,26). E começaram assim a adquirir a sua própria identidade. Os Atos dos Apóstolos relatam a beleza e o vigor dessas primeiras comunidades (At 2,42-47; 4,32-37).
         Mas a dificuldade nossa hoje é que não temos as notícias de todas as primeiras comunidades. Os Atos e as Cartas relatam basicamente a missão do Apóstolo Paulo e das comunidades surgidas através da sua missão. Quase nada sabemos do trabalho de outros missionários, das comunidades espalhadas pelo norte da África, na Itália e pelas outras regiões e que estavam presentes no dia de Pentecostes (At 2,9-10). Pouco sabe também das comunidades da Síria e da Arábia, cujo centro era Antioquia. A comunidade de Antioquia chegou a competir em autoridade e influência com a de Jerusalém. Foi desta comunidade que Paulo partiu para as suas viagens missionárias, e onde viveu muito tempo.

Sua quarta viagem (At.27:1 a 28:16)
Em sua estadia em Jerusalém, após ter regressado de sua terceira viagem missionária, Paulo é detido pelos judeus quando se encontrava no templo cumprindo seu voto.
Devido à confusão que foi formada pela ocasião da prisão de Paulo, as autoridades romanas em Jerusalém intervieram,evitando que o apóstolo fosse morto. Invocando sua cidadania romana, Paulo obtém algumas proteções enquanto permanecia em custódia aguardando julgamento, o que motivou a sua transferência para Cesaréia, sob os cuidados de Félix, governador da Judéia, perante o qual foi acusado pelos judeus de ter causado inquietação política e profanação do templo.
Com dificuldades para decidir sobre o caso de Paulo, Félix o mantém em custódia por dois anos até ser substituído por Festo que, ao fazer um acordo com os judeus, promete encaminhar o apóstolo para ser julgado em Jerusalém. Mas Paulo interpõe um apelo para impedir tal determinação e, devido ao seu requerimento, consegue pelas leis romanas que seu caso fosse apreciado pelo imperador em Roma. Isto porque a legislação na época permitira que um cidadão romano que não se sentisse tratado por justiça pudesse apelar para o imperador nos casos em que a pessoa jamais tivesse sido condenada por um tribunal inferior e a acusação não se tratasse de crimes comuns. (At. Capítulos 23,24,25,26)Enquanto esteve sob a custódia de Festo, o caso de Paulo chegou a ser submetido ao rei Herodes Agripa II, porém depois de seu apelo ao imperador.Agripa não encontrou em Paulo nenhum motivo para ser condenado, contudo de nada adiantou o seu parecer.
A viagem de Paulo a Roma. Era comum em que o apóstolo atua como um verdadeiro missionário junto aos criminosos que estavam sendo transportados pelo navio. Foi uma viagem turbulenta, tornando-se perigosa depois que o navio já se encontrava em Creta quando todos foram surpreendidos por um forte tufão quando navegavam pelo sul da ilha. O navio afastou-se de Creta vindo a naufragar em Malta, onde Paulo permaneceu por três meses em terra curando os enfermos da ilha, e fundou uma igreja. Em Malta, tem mais um milagre ocorrido quando Paulo é picado por uma serpente e sobrevive sem sentir nenhum efeito do veneno da víbora.
Paulo segue para Roma enquanto aguardava a audiência com Nero em custódia domiciliar por dois anos, pagando sua própria conta do aluguel de uma residência. (At.28:30)Em sua casa recebe muitos judeus.
A história de Paulo não termina aqui. O que se sabe, além da interrupção que Lucas faz de sua narrativa em Atos são alguns detalhes que o apóstolo dá em suas cartas ou então por intermédio dos escritos dos Pais da igreja. Seu caso foi examinado e ele absorvido. Nesta ocasião se diz que ele cumpriu seu desejo de pregar na Espanha (Rm.15:28).Nas redondezas de Roma fez um grande trabalho.

SEGUNDA VIAGEM DE PAULO


Em sua segunda viagem evangelizadora tem com objetivo de revisitar as igrejas da Galácias do Sul e abrir novas frentes de trabalho, ou seja, fundar mais igrejas locais (At. 15:36 – 16:1-6, Gl 1:2)Sua intenção era ir para Roma (Europa) (At.16:6).Ele se separe de Barnabé mas escolhe Silas (Silvano)para esta viagem(At.16:1). E passaram pela Síria e Cecília confirmando as igrejas. Também chegou a Derbe, o ultimo ponto visitado pela primeira viagem. Prosseguiu até Listra para ver seus convertidos nesta cidade. Em Listra Ele encontra um jovem cristão chamado Timóteo ((At.16:1). Ajuntando-se ao grupo, tornando-se um outro importante colaborador. Paulo intento de e ir para Bitínia, mas novamente foi impelido (At.16:7). Sendo em seguida impulsionado a rumar para Trôade. Depois de percorrer toda região da Ásia Menor, Paulo recebe um aviso em uma visão para atravessar para Europa, e prega nas cidades Macedônia de e de Acaia.Paulo anuncia o Evangelho em muitas cidades européias do mundo grego.Aqui mencionamos apenas as cidades em que ele fundou igrejas. Passam por Neápolis chegando a Filipos, onde nesta cidade permaneceu alguns dias houve a conversão de Lídia da cidade de Tiatira,vendedora de púrpura..Foi também nesta cidade que  ele e Silas foram açoitados e presos, por ter curado uma jovem possessa de espíritos de adivinhação.Porém milagrosamente, é libertados à noite enquanto oravam e cantavam louvores a Deus houve um grande terremoto abrindo as portas da cadeia e todos ficaram libertos.O carcereiro Filipos se converte.
Tendo passado por Anfípolis, Apolônia, Tessalônica, Beréia, chegam a Atenas (tem muitos deuses até deus desconhecido) Paulo faz um discurso no Areópago, na colina de Marte, mas poucos se convertem e vão para cidade de Coríntios onde funda uma importante igreja. Ele ali é ajudado por um casal, Áquila e Priscila que levou para Síria, onde os ajudou em Éfeso na Ásia Menor. Esta viagem durou cerca de três anos

PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO


) Principais acontecimentos dos anos 40 a 70
A perseguição, o desejo missionário e a vontade de anunciar a boa nova a “toda a criatura” (Mc 16,15) levou os cristãos para fora da Palestina.
Em sua primeira viagem evangelizadora, com o objetivo era fundar igrejas, na companhia de Barnabé, parte de Antioquia e vai para uma ilha de Chipre. Lá pregam na cidade de Salamina, desafiando o poder de um feiticeiro que enganava a população. Ao sair de Pafos, João Marcos, seu auxiliar, deixa o grupo e retorna para Jerusalém. (At.13:5 e13). Seguem para Perge na província da Panfilia e, por terra vão a Antioquia da Pisidia na Galácia do sul.
Em Antioquia da Pisidia tornou-se um porta voz e criou um padrão conhecido por todos e começaram a pregar na Sinagoga(At. 13:14).
Uns creram, regozijaram e receberam a palavra, insistindo que Paulo retornasse no sábado seguinte para continuar o assunto, mas outros rejeitavam e provocavam oposição. Mas o número de assistentes foi grande no sábado seguinte, e isto causou inveja nos judeus, resultando em perseguição Paulo e Barnabés foram expulsos da cidade. (At.13:42-46).
Vão para Icônio depois para Listra, onde cura um coxo que serviu como ponto de apoio para pregação do evangelho (At.14:8-10) Ali em Listra Paulo foi apedrejado e dado como morto (At.14:19)Mas sobreviveu e pode prosseguir indo para Derbe completando assim sua primeira viagem.
Logo Paulo resolveu percorrer de novo esta difícil rota sobre a qual ele tinha vindo onde estabeleceram obreiros nativos, frutos do trabalho missionário.
Concílio de Jerusalém
A notícia de conversão dos gentios gerou impacto dentro da igreja, visto que alguns judeus da seita dos fariseus empunham a circuncisão aos novos cristãos. (At.15:1-5).
Tendo a igreja se reunido em Jerusalém, com a presença dos apóstolos, ficou decidido que os gentios convertidos não deveriam ser incomodados com a sobrevivência de detalhes da lei mosaica, mas apenas que se abstenham da idolatria, das relações sexuais ilícitas e da carne de animais sufocados de sangue.

CONHECENDO O APÓSTOLO PAULO

Conhecendo o apóstolo Paulo
Paulo Israelita da tribo de Benjamim tornou-se apóstolo de Jesus Cristo (Efésios 1:1)
Nome hebraico = Saulo
Nome romano = Paulo (Atos 19:17)
Saulo era da cidade de Tarso capital Cecília (Atos31:39-22:3)
Seus pais eram hebreus e evidente aderiram ao ramo farisaico do judaísmo (Atos 23:6 – Fl.3:5). Paulo era cidadão romano de nascimento (Atos 22:28) e , talvez, tenha aprendido do seu pai a profissão de fabricante de tendas (Atos 18:3).
Em Jerusalém, então, ele foi instruído pelo erudito fariseu (último estágio) Gamaliel. Isto sugere que Paulo pertencia a uma família de destaque (Atos 22:3) – competia à mãe dar os primeiros ensinos; depois o rabino e, depois, a Universidade. (Saulo estudou em Atenas, na Alexandria. Por último estágio fora Gamaliel...).

Sua conversão: (Atos 6:13; 7:58) Apresenta Saulo consentindo na morte de Estevão. Quando Paulo se aproximava de Damasco (Atos 9:2), Jesus se revelou numa luz brilhante (Atos 9:3) e o comissionou para ser servo e testemunha de Cristo aos gentios. Paulo, caído no chão, entendeu as palavras e, cego, foi conduzido pela mão até Damasco (Atos 9:6,8). Quando Jesus quer salvar, nada pode impedi-lo (Isaias, 43:13).
Quando Ananias orou por Paulo, ele foi batizado com o Espírito Santo (Atos 9:17) e a partir daquele momento, Paulo passou a ter comunhão com os discípulos e pregar nas sinagogas (Atos 9:20). A partir daí a Bíblia descreve sua atividade depois da conversão.
Ele foi à Arábia e retornou à Damasco (Gálatas 1:15 a 17) e, após três anos, foi para Jerusalém (Gálatas 1:18). Mais tarde Paulo foi enviado como missionário pela Igreja de Antioquia (Atos 13:2), na Síria. Lembremos que Paulo foi feroz perseguidor da igreja, e agora convertido estava na igreja de Antioquia. Inicia suas viagens missionárias pelo mundo romano, das quais três estão relatadas no livro de Atos.

Viagens de Paulo
a)Principais acontecimento  dos anos 30 a 40
         É um período curto de apenas dez anos. O ponto de partida é a manifestação de Pentecostes (At 2,1-36) que gera o anúncio da Boa nova por toda a Palestina (At 2,41.47; 4,4; 5,14; 6,7; 9;31). Este período é também chamado “Movimento de Jesus”. Este período termina com a crise provocada pela política do imperador Calígula (37-41) e pela perseguição dos cristãos por parte do rei Herodes Agripa (41-44).
É importante não confundir os Herodes que governaram na época dos escritos do NT:
 a) Herodes, chamado o Grande, governou sobre toda a Palestina de 37 a 4 aC. É aquele que aparece em Mt 2,1.16, no nascimento de Jesus e no massacre das crianças inocentes. Foi ele que iniciou a construção do Templo que existia na época de Jesus.
 b) Herodes, chamado Antipas, governou sobre a Galiléia de 4 aC até 39 dC. Ele aparece em Lc 23,7, por ocasião do julgamento de Jesus. Foi também o autor da morte de João Batista (Mc 6,14-29). Governou sobre toda a Palestina de 41 a 33 dC. Ele aparece nos Atos dos Apóstolos (At 12,1.20). Mandou matar o Apóstolo Tiago (At 12,2).
Neste período a maioria dos cristãos era formada por judeus convertidos. Fundavam comunidades ao redor das sinagogas, à margem do judaísmo oficial. O seu crescimento obrigou-os a criar novas formas de organização, como por exemplo, a escolha de novos animadores, chamados diáconos (At 6,2-6).
O objeto da pregação era o anúncio da chegada do reino (Mt 10,6) e a Morte e Ressurreição de Jesus (At 2,23–3,6; 3,14-15; 4,10-12). Os evangelhos ainda não tinham sido escritos. E por isso eles liam o AT a partir do evento Jesus Cristo e repetiam os ditos e feitos de Jesus a partir do testemunho dado por aqueles que tinham visto e ouvido Jesus Cristo.
Já neste período aparecia a primeira divergência entre os cristãos judeus. Havia um grupo mais ligado a Estevão, que buscava uma abertura aos judeus da diáspora e ao helenismo (At 7,1-53). De outro lado havia o grupo ao redor de Tiago, ligado aos judeus da Palestina, que defendia uma fidelidade à Lei de Moisés e à “Tradição dos Antigos” (Mc 7,5; Gl 1,14). Na primeira perseguição só os cristãos ligados ao grupo de Estevão foram perseguidos (At 8,1). Porém, na segunda perseguição, aquela de Herodes Agripa (At 12,1-3), todos os grupos cristãos eram alvo da repressão. Esta perseguição aos cristãos, na Palestina, teve como conseqüência a missão para fora do território judeu. Paulo e Barnabé, seguindo a linha de Estevão, estavam entre esses missionários que foram pelo mundo para formar novas comunidades.

POSSÍVEL CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DO APÓSTOLO PAULO


Não é fácil datar corretamente a vida e atividade de Paulo. Segue um possível esquema.

Nascimento em Tarso....A.D. +  ano 5
Começa a freqüentar a escola na Sinagoga.A.D + ano 11
Muda-se para Jerusalém estuda e tornar-se fariseu na Escola de GamalielA.D + ano 20
Morte, ressurreição e ascensão de Cristo ...A.D 30
Está na Arábia, Damasco viagem rapido a Jerusalém (Gl 1,17-18).Até o A.D  + ano 37   
Primeira visita subseqüente a Jerusalém (Gl.1:18)...A.D  + ano 37
Passa alguns anos em sua terra natal, Tarso...Até o A.D  + ano 44 ou 45
Visita a Jerusalém levando ofertas de Antioquia,(At.11:31)...A.D  + ano 44
Estadia em Antioquia da Síria....A.D  + ano45  
Primeira viagem missionária. Paulo vai a Galácia(At.13:1-3)...A.D  + ano46 a 48  
Em Jerusalém para o “Primeiro Concílio” da Igreja (At. 15,1-35)...A.D  + ano 49
I e II aos Tessalonicenses...A.D  + ano 52
Segunda viagem missionária. Paulo vai à Grécia (At.15:39 –18:18).A.D  + ano 49 a 52  
Terceira viagem missionária.Ásia e Grécia revisitadas(At.18:23-21:16)A.D  + ano 53 a 58
Gálatas...A.D  + ano 55
I Coríntios...A.D  + ano 56 - 57
II Coríntios...A.D  + ano 57
Romanos...A.D  + ano...57 – 58
Prisão de Paulo...A.D  + ano 58
Quarta viagem Indo para Roma (At.27:1 -28:16)...A.D  + ano 59 a 62
Encarceramento em Cesaréia...A.D  + ano 58 - 60
Festo sobe ao poder...A.D  + ano 60  
Paulo chega a Roma....D  + ano 61
Colossenses, Filemon, Efésios...A.D  + ano 61 ou 62
Filipenses...A.D  + ano 62 ou  63
Absolvido em primeiro julgamento...A.D  + ano 63
I Timóteo...A.D  + ano 64 ou 65
Tito...A.D  + ano 65 ou 66
Hebreus (Se foi de Paulo)...A.D  + ano 66 ou 67
II Timóteo...A.D  + ano 67
Morre mártir em Roma...A.D  + ano 67

A Bíblia não relata a morte de Paulo, e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do imperador Nero em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane). No ano 64, o Imperador Nero mandou incendiar um bairro da cidade de Roma, a fim de presenciando ao incêndio, se inspirasse e escrevesse um poema épico (um poema extraordinário, fora do comum). Contudo, o incêndio teve consequências dramáticas, se alastrou e destruiu quase quatro bairros, deixando desabrigados milhares de pessoas. Em face do resultado danoso e irresponsável, ele e seus asseclas precisavam tomar alguma providência, e então, colocaram a culpa nos cristãos para cobrir o abominável desatino. E por essa razão, a partir do ano 64, Nero empreendeu uma busca impiedosa contra os cristãos: homens, mulheres, velhos e crianças, eram presos e encarcerados, eram lançados aos leões na arena e devorados pelas feras, outros eram envoltos em betumem, amarrados em postes e incendiados para iluminar o palco tétrico das covardias que aconteciam no Coliseu Romano.
PRISÃO, CONDENAÇÃO E MORTE
Assim sendo, voltou a Roma na primavera do ano 67, somente acompanhado por Lucas. Empenhou-se no trabalho de reconstituir a Comunidade, dizimada pelas perseguições cruéis e covardes de Nero. Segundo a Tradição, Paulo encontrou pousada na margem esquerda do Rio Tibre, perto da ilha Tiberina. No local de sua última residência, ergue-se uma antiga Capela dedicada a sua memória “San Paolo alla Regola”. Aqui o Santo foi preso, acusado de chefiar a seita cristã. Neste segundo cativeiro, sua situação ficou completamente inversa da anterior, pelo fato de pesar sobre os cristãos a acusação de terem incendiado Roma, e por essa razão, arrastava pesados grilhões e era tratado como malfeitor”. (2 Tim 2,9) Estava completamente isolado, porque os amigos de Roma não conseguiam visitá-lo facilmente; Êubulo, Pudente, Lino e Cláudia só podiam procurá-lo com muita precaução.
O caso de Paulo devia ser julgado pelo Tribunal Imperial. Nessa época, Nero percorria a Grécia disfarçado em comediante, mas deixou em Roma, como substituto o terrível Élio. No primeiro Interrogatório permitiram ao Apóstolo fazer a sua própria defesa, da acusação de cumplicidade no incêndio de Roma. Mas ninguém o ajudou, senão DEUS. (2 Tim 4,16-17) Contudo, deve ter se saído bem, pois a audiência foi suspensa sem qualquer condenação.
No calabouço, reuniu suas forças restantes e escreveu a sua derradeira carta ao estimado discípulo Timóteo (a Segunda Epístola a Timóteo), a quem cuidava como um filho e o nomeou executor de seu testamento. Tinha esperança de vê-lo ainda uma vez, mas tinha receio de que fosse demasiado tarde. Todavia, na missiva pede que ele venha o mais depressa possível e que trouxesse Marcos em sua companhia. Pede também uma velha capa que deixara em Trôade. A friagem do calabouço estava minando rapidamente a sua saúde.
No outono do ano 67 foi agendada a realização da Segunda Sessão do Tribunal. Paulo não tem ilusões, sabe que esta Sessão terminará com sua entrada no reino dos Céus: “Combati o bom combate, concluí a minha carreira, guardei a fé. De resto, me está reservada a coroa da justiça, que o SENHOR, justo juiz, me dará naquele dia” (2 Tim 4,7-8).
 Nada sabemos sobre a segunda audiência de Paulo, mas provavelmente resultou em sentença de morte. Não temos nenhum relato escrito do fim de Paulo, mas foi provavelmente executado antes da morte de Nero no verão de 68 D.C.. Como um cidadão romano, ele deve ter sido poupado das torturas que os seus companheiros de mártir haviam sofrido recentemente. A tradição diz que ele foi decapitado fora de Roma e enterrado perto dali. A sua morte libertou Paulo "partir e estar com Cristo, o que é muito melhor" (Filipenses 1:23).
Uma lenda romana conta que no momento da execução, se aproximou do Apóstolo uma cega, chamada Petronila, que lhe ofereceu um véu para vendar-lhe os olhos. (Numa antiga porta de bronze da Basílica de São Pedro, no Vaticano, observa-se um relevo que mostra São Paulo devolvendo à cega Petronila o véu que ela lhe havia oferecido. Quando a jovem colocou o véu sobre os seus olhos, recobrou milagrosamente a visão.) No local da execução, a cabeça do Apóstolo tombou decepada por um vigoroso golpe de espada. Os lábios de Paulo de Tarso que só pronunciaram palavras ungidas por CRISTO, se fecharam para sempre.
De acordo com a opinião mais comum, Paulo sofreu o martírio no mesmo dia e no mesmo ano que o Apóstolo Pedro. Todavia, alguns estudiosos disputam se foi no mesmo dia, mas não duvidam que aconteceu no mesmo ano. A testemunha mais antiga, São Dionísio, o Corinto, afirma que as execuções foram de fato, no mesmo dia, em locais diferentes. O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de Pedro, foi graças à sua cidadania romana

INTRODUÇÃO AS CARTAS PAULINAS 03

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA http://anotacoesdabiblia10.blogspot.com/2011/08/introducao-as-cartas-paulinas-02.html

  5. A “conversão”
O evento de Damasco, historicamente foi sempre conhecido como “conversão de São Paulo” (temos inclusive a festa no dia 25 de janeiro). Porém, Paulo não utiliza nunca a palavra “metanóia”. Também o que aconteceu com Paulo não segue o sentido que no AT os Profetas davam ao termo: “voltar”; “retornar”. Paulo não retornou ao farisaísmo. Ao contrário ele abandona o rigor da Lei.
  Sabemos que Paulo havia se tornado um fariseu sem reprovação (Fl 3,6b). Era o máximo que um fariseu poderia alcançar ser chamado de “irrepreensível”, isto é, que observasse toda a Lei, seguramente também que cumprisse os 613 preceitos. (Um judeu observante segue 613 preceitos, baseados na Lei. Destes, 365 (número dos dias do ano) são em forma negativa: “Tu não farás...” e 248 (número dos ossos do nosso corpo) são em forma positiva: “Tu farás...” Para maiores informações e também para ver a lista completa dos 613 mandamentos,). Os fariseus ( = separados) de fato acreditavam que o Messias viria quando todo o povo cumprisse a Lei fielmente, por isso consideravam o “povo da terra” e da Galiléia uns “malditos” porque não cumpriam a Lei ( Jo 7,49).
  Portanto, o que Paulo faz é “encontrar” o verdadeiro caminho; encontrar-se com o Senhor. Depois da experiência no caminho de Damasco, ele volta a estudar tudo o que tinha aprendido e se dedica a conhecer a mensagem de Jesus. Alguns estudiosos entendem que este foi um longo processo até abraçar de vez o seguimento de Jesus Cristo e tornar-se o grande evangelizador.
Três anos depois da sua conversão, determinou sair de Damasco e ir outra vez a Jerusalém.

  6. Um missionário que escreve cartas às suas Igrejas
O grande carisma de Paulo é ser missionário. Depois de ter fundado as florescentes comunidades cristãs no mundo helenístico, ele não as deixou privadas de assistência, mas as acompanhou com a sua guia pastoral: a “preocupação por todas as Igrejas” representa como ele mesmo afirmava, a sua “preocupação quotidiana” (2Cor 11,28). E para manter os contatos com essas comunidades, para ajudá-las a resolver os seus problemas e para rendê-las mais eficazes no seu testemunho ao mundo circunstante, Paulo se tornou escritor: as suas cartas nasceram da missão e em vista da missão.
  Paulo conhecia o bom funcionamento do correio do império romano e soube fazer deste meio, um instrumento de evangelização. Foi assim, sem saber e sem querer, o primeiro grande escritor do Novo Testamento.
  As Cartas foram escritas em função da situação concreta das comunidades. O Apóstolo acompanhava o crescimento das mesmas, com todos os seus problemas e dificuldades. Por isso, também a sua leitura hoje deve levar em conta a situação específica da comunidade à qual foi destinada cada uma delas.
  O seu modo de ser missionário também é diferente da mentalidade grega da época. Paulo trabalhava e ganhava o seu sustento com o próprio trabalho. E era um trabalho manual. Para as elites abastecidas de bens e culturalmente favorecidas, o único trabalho que dignificava o ser humano era o trabalho intelectual. Numa sociedade onde em algumas grandes cidades até dois terços da população era escrava, Paulo encontrou seu lugar social entre os trabalhadores empobrecidos, ainda que pudesse fazer valer seus direitos de Apóstolo e fundador de comunidades (1Cor 9,1-18; 2Cor 11,7-12).

  7. O Epistolário Paulino
O conjunto das Cartas Paulinas compreende um total de treze Cartas que reivindicam a paternidade do Apóstolo Paulo. A ordem em que se encontram no cânon bíblico não reflete a data em que foram escritas, mas foram organizadas segundo a sua extensão.
  Alguns procuram agrupar as Cartas do seguinte modo:
  a) Cartas maiores: Romanos, 1-2 Coríntios, Gálatas e 1-2 Tessalonicenses.
  b) Cartas da prisão: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon.
  c) Cartas pastorais: 1-2 Timóteo e Tito.

  Outra classificação pode ser feita a partir da possível autoria das mesmas:
  Cartas Proto-Paulinas: que seguramente são autênticas, isto é, que são de autoria do Apóstolo Paulo, e que são aceitas por todos os estudiosos: Romanos, 1-2 Coríntios, Gálatas, Filipenses, 1 Tessalonicenses e Filemon.
  Cartas Deutero-Paulinas: são aquelas cuja autenticidade não é segura ou é negada por certo número de estudiosos: Efésios, Colossenses e 2 Tessalonicenses.
  Trito-Paulinas: 1-2 Timóteo e Tito. Essas dificilmente seriam do Apóstolo Paulo, pois usam uma linguagem diversa e tratam de problemas que existiam nas comunidades no final do I século.
  É certo que algumas Cartas de Paulo foram perdidas. Em 1Cor 5,9 já se fala de uma Primeira Carta aos Coríntios. Em Cl 4,16, Paulo se refere a uma Carta escrita aos cristãos de Laodicéia. E temos ainda a famosa “Cartas em lágrimas” aos Coríntios (2Cor 2,4). Alguns estudiosos afirmam que a Carta aos Filipenses é um conjunto de vários bilhetes. E também que a 2Cor é um ajuntamento de várias cartas, enviadas em datas diferentes.
  As Cartas não foram escritas do próprio punho pelo Apóstolo. Ele as ditava (Rm 16,22) e às vezes assinava (Gl 6,11). Talvez a carta a Filemon tenha sido o único escrito com sua própria mão.

  8. O estilo e linguajar das Cartas Paulinas
Em Tarso havia o comércio de escravos, que Paulo deveria conhecer bem, pois usa essa imagem para falar da morte e ressurreição de Jesus (1Cor 6,20; 7,21-25). E várias vezes ele usa a imagem da “compra e resgate” para ilustrar a ação de Jesus em favor dos cristãos.
  Também havia uma ambiente cultural muito grande: arte, arquitetura, esportes, etc., e que Paulo conhecia muito bem, basta ver como usa seus conceitos para elaborar suas metáforas, como por exemplo, a questão da “parada militar”.
  Em suas Cartas encontramos vários hinos (1Cor 13; Fl 2,5-11; etc.) que podem ser provenientes das comunidades onde Paulo evangelizava e que talvez não sejam de sua autoria, e que eram usados nas celebrações. Porém, nada impede que entre os tantos dons do Apóstolo, pudesse também ter o poético.


INTRODUÇÃO AS CARTAS PAULINAS 02

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3. Paulo e os Atos dos Apóstolos
Se Lucas, na segunda parte dos Atos (16-28), fala unicamente da atividade do Apóstolo Paulo, isso não significa que ele tenha sido o único. Paulo tornou-se o símbolo de todos os missionários que souberam levar a Boa Nova de Jesus Cristo pelo mundo afora. E Paulo sozinho não teria atingido seu êxito, se não fosse a grande ajuda de tantas pessoas que com ele abraçaram a fé, que o acolhiam em suas casas (At 16.15.34; 18.3.7) ou que contribuíram com alguma ajuda para as suas necessidades (Fl 4.15-16; 2Cor 11,9).
  Também é importante notar que nem sempre podemos ficar somente com as informações históricas que Lucas nos dá sobre Paulo. Alguns estudiosos simplesmente as ignoram, já que lendo os Atos se descobre que o objetivo principal de Lucas não é tanto a informação histórica, mas a transmissão da mensagem. Outros estudiosos tomam os dados dos Atos com cautela e tentam conciliá-los com os dados das Cartas, sobretudo sobre as suas viagens.
Os Atos dos Apóstolos foram escritos cerca de 15 anos após a morte do Apóstolo. Como se sabe, Paulo não era muito bem aceito em certos grupos cristãos. Lucas tentou resgatar a imagem e o trabalho evangelizador do Apóstolo. Paulo é, para Lucas, a figura ideal para representar o caminho do discípulo na história. Um caminho feito de testemunhos em meio aos conflitos. Mostra que o caminho do discípulo não é diferente do caminho do Mestre (cf. o Evangelho de Lucas). Por isso, serve-se de alguns (não todos) os fatos marcantes da vida de Paulo, apresentando-os a seu modo e segundo sua visão. A estrutura dos Atos dos Apóstolos muitas vezes coincide com a do Evangelho de Lucas.
  Nem sempre os Atos e as Cartas coincidem nas informações. E nesses casos, devemos dar mais crédito às Cartas. Dois exemplos comprovam isso. Comparando At 17,17 e 18,5 com 1Ts 3,1a.6a. Lucas afirma que “Enquanto Paulo esperava em Atenas, ficou revoltado ao ver a cidade cheia de ídolos... Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo se dedicou inteiramente à Palavra, testemunhando diante dos judeus que Jesus era o Messias”. Paulo, contudo, tem outra versão: “Assim, não mais podendo agüentar; resolvemos ficar sozinhos em Atenas, e enviamos a você Timóteo... Agora, Timóteo acaba de chegar da visita que fez a vocês, trazendo boas notícias sobre a fé e o amor de vocês”. A comparação mostra claramente a diferença. De acordo com os Atos, Paulo estava sozinho em Atenas. Quando os dois companheiros chegam, Paulo já está em Corinto. De acordo com a 1Ts, Paulo e Silas ficam sozinhos em Atenas e Timóteo vai e volta sozinho de Tessalônica. Evidentemente deve-se dar crédito à versão de Paulo.
  Outro exemplo vem de 2Cor 11,24-25, em que Paulo afirma: “dos judeus recebi cinco vezes os quarenta golpes menos um. Fui flagelado três vezes; uma vez fui apedrejado; três vezes naufraguei; passei um dia e uma noite em alto-mar”. Olhando para o que Lucas diz de Paulo nos Atos, podemos perguntar: Onde estão as referèncias às cinco vezes em que Paulo afirma ter sido punido com as 39 pauladas? Lucas ignora completamente as 195 chicotadas que Paulo recebeu. E onde os Atos falam de flagelações? Lucas contenta-se em narrar uma (At 16,22-23), omitindo as demais. Por quê? Certamente porque em seus planos. Bastava narrar uma flagelação. Nos Atos não se mencionam as três flagelações.
  Também Lucas narra somente o grande naufrágio da quarta viagem (na qual talvez estava presente). E lembramos que quando Paulo escreve suas Cartas ainda estamos na terceira viagem. E mesmo assim garante ter passado 24 horas em alto-mar.
  O certo, porém, é que a vida e obra de São Paulo são bem maiores do que aquilo que nos relatam os Atos e as Cartas.

  4. Paulo e Jesus
Paulo seguramente não viu o Jesus histórico e nem ouviu sua voz e suas palavras. Teve uma forte experiência do Cristo Ressuscitado (At 9,3-9; 1Cor 15,8). Alguns não queriam reconhecê-lo como Apóstolo pelo fato de não ter sido um dos Doze Apóstolos e de não ter sido escolhido por Jesus e de não ter vivido com Ele.
  Alguns textos das Cartas dão margem a interpretações diferentes. Por exemplo, em 2Cor 5,16b ele escreve: “Mesmo que tenhamos conhecido Cristo segundo as aparências, agora já não o conhecemos assim”. Outro texto como 2Cor 12,1-6 poderia induzir que Paulo estivesse em Jerusalém por ocasião da Paixão do Senhor. Há outros que pensam que Paulo fazia parte do Sinédrio (Parece um tanto difícil que Paulo fizesse parte do Sinédrio. Em At 23,1-10, se vê que ele nem sabe que é o Sumo Sacerdote quem preside o Sinédrio. Ou teria sido um erro de Lucas?) e que tenha votado pela condenação de Jesus, a partir da expressão “dei meu voto” (At. 26,10). Porém, a maioria dos autores segue a linha de que Paulo de fato não conheceu pessoalmente Jesus e não teve contato com ele.
  O Apóstolo não tinha ainda em mãos os evangelhos escritos. Ele os trazia impressos na sua carne, marcada por toda sorte de sofrimentos (1Cor 11,21-29), a ponto de estar crucificado com Cristo (Gl. 2,19), trazendo em seu corpo as marcas da paixão de Jesus (2Cor 4,10; Gl 6,17), e completando, no seu corpo, o que faltava das tribulações de Cristo (Cl 1,24). Assim ele podia dizer que “já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
  Pelos escritos do Apóstolo Paulo, nós verificamos também algumas diferenças entre o seu modo de anunciar e o modo como Jesus anuncia. Jesus anunciou a sua mensagem praticamente aos judeus, da Galiléia, pois segundo os sinóticos, Jesus só foi a Jerusalém para a Páscoa, quando foi crucificado e morto e depois ressuscitou. Paulo, por sua vez, percorreu o império romano e foi à Roma (capital) como parte final da sua vida, onde sofreu a sua paixão. Jesus falava em aramaico e anunciava o reino em parábolas, criadas a partir da observação atenta da vida simples do povo da roça e das aldeias. Paulo, ao contrário, embora também soubesse falar o aramaico, anunciou e escreveu em grego, porque seus ouvintes eram judeus da diáspora e pagãos que falavam a língua oficial da época. Paulo também era um bom observador da vida cotidiana, porém usava as imagens, sobretudo da vida e da cultura urbana, das grandes cidades. Ele falava do atletismo, dos esportes, da construção civil, das paradas militares, das lutas nos estádios, da vida dos soldados, etc. Por isso, tentava inculturar a mensagem de Jesus de Nazaré (que viveu a maior parte do tempo na Galiléia) para o universo da cultura grega.
CONTINUA 03
  

INTRODUÇÃO AS CARTAS PAULINAS 01

  1. Introdução
Nos escritos do NT encontramos vinte e uma Cartas. Treze delas são atribuídas ao Apóstolo Paulo (algumas tem sua autoria questionada, como veremos adiante), e outras são colocados sob a autoridade de outras figuras significativas da Igreja primitiva: duas são de Pedro; três de João; uma de Tiago e uma de Judas. E temos a “Carta” aos Hebreus de um autor desconhecido e que muitos atribuem a Paulo. Para a fé cristã estes escritos têm uma grande importância, seja porque são “canônicos”, seja porque deram origem à sucessiva reflexão teológica. Lendo as Cartas percebe-se logo que os autores manifestam um vivo testemunho da vida das primeiras comunidades. Estas Cartas enriquecem muito o quadro que obtemos do livro dos Atos dos Apóstolos, composto no final do I século.

  As Cartas Paulinas é uma reflexão teológica ou pastoral num segundo momento (com exceção da Carta aos Romanos). Antes disso, houve o trabalho missionário de fundar e organizar as comunidades. É certo que o número de comunidades fundadas pelo Apóstolo Paulo e seus companheiros foi muito maior daquelas que receberam alguma Carta. Outra constatação importante é que não foi possível conservar todos os escritos Paulino.
Algumas cartas se perderam e não estão no cânon bíblico.
  Antes do estudo propriamente dito das Cartas Paulinas, vamos conhecer um pouco melhor a figura do seu autor. Sem conhecê-lo bem, é também sempre mais difícil entender toda a riqueza da sua mensagem. O ambiente e o contexto de cada uma das comunidades será conhecido por ocasião do estudo particular de cada Carta.

  2. Paulo de Tarso
Em grego Paulos, derivado do latim Paulus, que quer dizer pequeno.
O Apóstolo Paulo nasceu entre os anos 5 e 10 dC, na cidade de Tarso da Cilícia (At 22.3). Era filho de judeus, da tribo de Benjamin e como era o costume foi circuncidado ao oitavo dia. São Jerônimo informa que seus pais eram de Giscala, na Galiléia. Paulo cresceu seguindo a mais perfeita tradição judaica (Fl 3.5). Tinha uma irmã e um sobrinho que moravam em Jerusalém (At 23.16). Sua profissão era artesão, fabricante de tendas (At 18.3). O seu estado civil também é um tanto incerto, ainda que na maioria das vezes se afirme que era solteiro. De fato, em 1Cor 7.8 ele escreve “Aos solteiros e ás viúvas, digo que seria melhor que ficassem como eu”. Mas em 1Cor 9.5 ele escreve “Não temos o direito de levar conosco nas viagens uma mulher cristã, como fazem os outros Apóstolos e os irmãos do Senhor e Pedro?”.
  Ainda jovem foi para Jerusalém e, na escola de Gamaliel, se especializou no conhecimento da sua religião. Tornou-se fariseu, ou seja, especialista rigoroso e irrepreensível no cumprimento de toda a Lei e seus pormenores (At 22.3).
  Cheio de zelo pela religião, começou a perseguir os cristãos (Fl 3.6; At 22.4s; 26.9-12; Gl 1,13). Esteve presente no martírio de Estevão, cujos mantos foram depositados aos seus pés (At. 7.58). Continuou perseguindo a Igreja (At. 8.1-4; 9.1-2) até que se encontrou com o Senhor na estrada de Damasco (At. 9.3-19). A experiência de Jesus mudou completamente a sua vida. De perseguidor passou a ser o anunciador até a sua morte, provavelmente em 68 dC.
  Na sua primeira missão apostólica, entre os anos 45 e 49, anunciando o Evangelho em Chipre, Panfilia, Pisidia e Lacônia (At. 13-14), passou a usar o nome grego de Paulo de preferência a Saulo, seu nome judaico (At. 13.9).
  Era um homem bem preparado, além de conhecer bem a sua religião (o que pode ser comprovado pelas muitas citações ao AT), possuía boas noções de filosofia e das religiões gregas do seu tempo. Em Tarso, sua cidade natal, havia escolas filosóficas (dos estóicos e cínicos) e também escolas de educadores. Ali nasceu Atenodoro, professor e amigo do imperador Augusto. Paulo algumas vezes utiliza frases desse educador: “Para toda criatura, a sua consciência é Deus” (Rm 14.22a). Ou: “Guarde para você, diante de Deus, a consciência que você tem” ou: “Comporte-se com o próximo como se Deus visse você, e fale com Deus como se os outros ouvissem você” (1Ts 2.3-7). Além disso, conhecia bem o grego e o método da retórica. Esforçava-se para compreender o modo grego de viver. Além disso, era cidadão romano (At. 16.37s; 22.25-28; 23. 7). Embora não mencione isso em suas Cartas, como se o desprezasse, pois para verdadeira cidadania é outra (Fl 3.20). Porém, ele soube tirar proveito desse título, bem como de toda a bagagem cultural adquirida, para conduzir todos a Jesus (1Cor 9.19-22).
  Lendo as Cartas percebemos o caráter do Apóstolo: às vezes muito meigo e carinhoso; às vezes, severo. Não abria mão das suas idéias e ameaçava com castigos. Escrevendo às comunidades comparava-se à mãe que acaricia os filhinhos e era capaz de dar a vida por eles (1Ts 2.7-8). Sentia pelos fiéis as dores do parto (Gl 4.19). Amava-os, e por isso se sacrificava ao máximo por eles (2Cor 12.15). Mas era também pai que educava (1Ts 2.11), que gerava as pessoas, por meio do Evangelho, à vida nova (1Cor 4.15). Sentia, pelas comunidades que fundou o ciúme de Deus (2Cor 11.2), temendo que elas perdessem a fé. Quando se fazia necessário, exigia obediência (1Cor 4.21).
  Muitas vezes Paulo é apresentado como alguém distante do povo e das suas comunidades, incapaz de manifestar sentimentos, indiferente ao drama das pessoas, anti-feminista, moralista e assim por diante. Os que vêem Paulo com esses olhos esquecem-se de suas viagens, cadeias, sofrimentos, perigos e, sobretudo, sua paixão por Jesus e pelo povo (É importante notar que para os judeus alguém que fosse condenado a morte, e suspenso numa árvore, era considerado um maldito de Deus ( Dt 21.22-23).
Era capaz de amar todos os membros de todas as comunidades, sem distinção, chamando-os de “queridos” e “amados” ou “irmãos”. Queria que todos fossem fiéis a Deus. Assim se tornariam seus filhos, como por exemplo, era Timóteo (1Cor 4.17). É interessante ler as suas Cartas e anotar com quanta freqüência ele usava expressões, tais como: tudo, todo, sempre, continuamente, sem cessar, etc., e com elas expressar sua constante preocupação para com todos. E basta uma leitura mais cautelosa das suas Cartas para descobrir que Paulo não é assim tão insensível e que todo o seu apostolado vem carregado de sentimentos. “Nós vos falamos com toda liberdade, ó Coríntios, o nosso coração se dilatou. Não é estreito o lugar que ocupais em nós, mas é em vossos corações que estais na estreiteza. Pagai-nos com igual retribuição; falo-vos como a filhos: dilatai também vossos corações!” (2Cor 6.11-13).
  Encontrou dificuldade para ser aceito como Apóstolo. As suspeitas vinham de o fato ser um perseguidor e, sobretudo porque não foi escolhido pessoalmente por Jesus. Quatorze anos após a sua conversão, subiu a Jerusalém, para o Concílio, onde defendeu a não circuncisão para os pagãos. Ele mesmo se defendeu das acusações (Gl 1.12, 2Cor 9.2-3; 12.1-4). Para ele, anunciar o Evangelho era uma obrigação: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9.15-17).
  Em sua incansável missão de anunciar o Evangelho Paulo sofreu muito, mas não desistiu. Ele mesmo relata algumas das situações difíceis que passou: “Muitas vezes, vi-me em perigo de morte. Dos judeus recebi cinco vezes os quarenta golpes menos um. Três vezes fui flagelado. Uma vez apedrejado. Três vezes naufraguei. Passei um dia e uma noite em alto-mar. Fiz numerosas viagens. Sofri perigos nos rios, perigo dos ladrões, perigos por parte de meus irmãos de estirpe, perigos dos gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos dos falsos irmãos! Mais ainda: fadigas e duros trabalhos, numerosas vigílias, fome e sede, múltiplos jejuns, frio e nudez!” (2Cor 11.23b-27). Teve que lutar contra os falsos missionários (2Cor 10-12) que anunciavam um Evangelho fácil, que fugiam da humilhação e da tribulação. Anunciavam um Jesus sem a cruz. Paulo anunciava o Jesus Crucificado, ainda que isso fosse escândalo  (1Cor 1,23)[1]. Porém a cruz não era o fim. O mesmo Jesus da cruz é também o Jesus Ressuscitado (1Cor 15).
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