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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quinta parte do ESTUDO DE ROMANOS- CAP 9 A 11

CONTINUAÇÃO AULA 09
Rm. 9.- 11 - O problema da incredulidade dos judeus
Um dos maiores tropeços à aceitação geral do evangelho de Cristo pelos judeus foi a incredulidade. Embora um número considerável de judeus, especialmente na Judéia, tivesse se tornado cristão, a nação como um todo não somente descria como também lutava veementemente contra a fé.
Os líderes judeus crucificaram o Cristo. Perseguiam a igreja em qualquer oportunidade que se apresentasse. Foram os judeus incrédulos que promoveram distúrbios contra Paulo em quase todas as cidades por onde ele passava.
Se Jesus era realmente o Messias prometido nos escritos proféticos dos próprios judeus, como foi que a nação escolhida por Deus o rejeitou?

Os três capítulos que se seguem contêm a resposta de Paulo.

A tristeza de Paulo por Israel (9.1-5) Uma declaração muito expressiva de seus sentimentos por Israel: estaria disposto a perder a própria alma se o resultado pudesse ser a salvação desse povo. Depois de tudo o que sofrera nas mãos de seus compatriotas judeus, Paulo não se sente irado nem acalenta ressentimentos, somente profunda tristeza.

9.1 - A incredulidade de Israel. Nos capítulos 9-11, Paulo trata do problema de Israel: sua eleição no passado (9.6-29), sua presente rejeição do evangelho (9.30-10.21) e sua salvação futura (11.1-36; para uma exposição desse argumento.

9.2 - Tenho... contínua dor no meu coração. A preocupação e tristeza incessantes de Paulo pelos que estão sem Cristo (10.1; 11.14; 1 Co 9.22) deve ser a atitude de todo cristão. Essa mesma atitude de tristeza e de disposição de sofrer em prol da salvação do próximo, vemos em Moisés (Êx 32.32) e em Jesus (Mt 23.37; Rm 3.24,25).

9.6 - Não que a palavra de deus haja faltado. Com este versículo, Paulo começa uma extensa análise da maneira de Deus lidar com a nação de Israel e da razão da sua descrença atual.

9.13 - Amei Jacó e aborreci Esaú. Este versículo não significa que Jacó e seus descendentes foram eleitos para salvação eterna, enquanto que Esaú e seus descendentes foram eleitos para condenação eterna. Trata-se, antes, da eleição dos descendentes de Jacó para serem o canal da revelação e bênção de Deus para o mundo. Observe que, segundo os capítulos 9-11, a maioria dos descendentes de Jacó deixou de cumprir a sua vocação e, portanto, acabou sendo rejeitada por Deus (vv. 27, 30-33; 10.3; 11.20).
Além disso, aqueles que não eram "amados" (os gentios) obedeceram a Deus pela fé e se tornaram "filhos do Deus vivo" (vv. 25,26).

9.15 - Terei misericórdia. Este versículo enfatiza a livre ação da misericórdia de Deus. Sua compaixão ativa e transbordante não pode ser merecida nem controlada pelos seres humanos (v. 16). Sua decisão é ter misericórdia de todos (11.32).

9.18 - Compadece-se de quem quer. A intenção de Deus é compadecer-se daqueles que se arrependem e crêem em Jesus como Senhor e Salvador. Ao mesmo tempo, Ele endurece a todos que se recusam a arrepender-se e optam por continuar nos seus pecados, rejeitando assim a salvação em Cristo. Esse propósito de Deus não muda quanto à pessoa ou nação (2.4-11).

9.18 - Endurece a quem quer. O endurecimento do coração do Faraó (v. 17), às vezes, é atribuído a Deus (Êx 4.21; 7.3,13; 9.12; 10.1; 11.10; 14.17) e, noutras ocasiões, ao próprio Faraó (Êx 7.22,23; 8.15,32). Faraó, cujo coração já estava em oposição a Deus, recebeu o devido julgamento da parte de Deus. Quando Faraó resistiu à vontade de Deus, a resposta de Deus foi endurecê-lo ainda mais Sendo assim, o endurecimento do coração do Faraó não foi uma ação arbitrária de Deus, pois Ele agiu segundo seu princípio justo, de endurecer todos aqueles que o rejeitam ( Rm 1.21-32).

9.21 - Não tem o oleiro poder sobre o barro? Paulo está argumentando sobre o direito de Deus de usar certas pessoas para realizarem seu propósito redentor, sem ter que dar explicações a ninguém.

1) Não devemos interpretar essas palavras, julgando que Deus não se serve de princípios morais inerentes ao seu próprio caráter santo, ao lidar com indivíduos e nações. Deus se rege na sua natureza, não pela vontade humana, mas pelo seu amor (Jo 3.16), misericórdia (Sl 25.6), integridade moral e compaixão (Sl 116.5).

2) Aqueles que interpretam os versículos 6-29, no sentido de Deus arbitrariamente escolher certas pessoas para a salvação e outras para a destruição, entendem erroneamente este trecho.

9.22,23 - Vasos da ira... vasos de misericórdia. A expressão "vasos da ira" refere-se àqueles que, pela prática do pecado, estão se preparando para a sua destruição eterna. O indivíduo torna-se um vaso da ira através dos seus próprios atos pecaminosos e da sua própria rebelião contra Deus, conforme Paulo já declarara: "Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti" (2.5). Apesar disso, os vasos da ira ainda poderão arrepender-se, voltar-se para Deus e receber sua misericórdia. A expressão "vasos de misericórdia" (v. 23) refere-se àqueles, tantos judeus como gentios, que crêem em Jesus Cristo e o seguem (vv. 24-33).

9.32 - Não foi pela fé. A má condição espiritual da maioria em Israel devia-se à recusa, por aquela nação, do plano de Deus para a salvação pela fé em Cristo (v.33). Muitos gentios, no entanto, aceitaram o caminho divino da salvação e alcançaram a justiça que vem pela fé.

A soberania de Deus (9.6-24). Nessa passagem, Paulo não está tratando da questão da predestinação dos indivíduos à salvação ou à condenação. O que Paulo está afirmando é a soberania absoluta de Deus na escolha e governo das nações do mundo, de tal maneira que todas elas, no fim, acabarão ficando sujeitas a ele. A declaração enfática do versículo 16 coloca toda a responsabilidade pelo resultado final na conta da misericórdia de Deus. (O presente versículo fala de uma nação, mas também pode se referir a indivíduos; outras passagens semelhantes certamente se referem a estes: 8.28-30 At 2.23; 4.28; 13.48.)
Como reconciliar a soberania de Deus com o livre-arbítrio humano, não sabemos. Ambas as doutrinas ensinadas com clareza na Bíblia. Cremos em ambas. Entretanto, explicar como ambas podem ser ente verdadeiras é questão que teremos que deixar, por enquanto, para outros tratarem. Algumas coisas que agora vemos são meros reflexos obscuros, como em espelho, mas virá o dia em que conheceremos plenamente, assim como somos conhecidos (I Co 13.12).

Preditas nas Escrituras (9.25-33). Tanto a rejeição de Israel quanto a adoção dos povos gentios por Deus foram igualmente previstas. Portanto, em vez de a acharmos um tropeço, deveríamos ter contado com isso.

A culpa e dos próprios judeus (10.1-21). Deus não obrigou os judeus a rejeitar a Cristo; eles o a por conta própria. Era uma simples questão de ouvir (v. 8-17). Os judeus ouviram, mas desobedeceram deliberadamente (v. 18-2 1). Como conciliar esse fato com 9.16, não sabemos; virá o dia em que leremos plenamente, apesar do fato de que as perguntas que agora nos deixam perplexos sem dúvida se tornarão insignificantes diante do fulgor da presença de divina.

10.1 - O desejo do meu coração e a oração a deus. A solicitude evidenciada por Paulo aqui, não significa que ele professava a doutrina da predestinação ou preordenação das pessoas para o céu ou o inferno.

10.3 - Não se sujeitaram. Para o comentário sobre como o capítulo 10 se encaixa no argumento de Paulo contido nos capítulos

10.9,10 - Se confessares... e em teu coração creres. As coisas essenciais à salvação estão resumidas neste trecho. Centralizam-se na fé, no senhorio de Cristo e na sua ressurreição corporal. A fé deve estar no coração, que aqui abrange as emoções, o intelecto e a vontade, afetando a personalidade inteira. A fé deve, também, envolver uma decisão pública por Cristo como Senhor, tanto em palavras como em ações.

10.9 - Confessares ao Senhor Jesus. O mais antigo credo ou confissão da igreja do NT não trata de Jesus como Salvador, mas Jesus como Senhor (At 8.16; 19.5; 1 Co 12.3). Jesus Cristo é especificamente chamado "Salvador" 16 vezes no NT, e "Senhor" mais de 450 vezes.
1) O ensino atual, nalguns círculos evangélicos, de que Jesus pode ser o Salvador de alguém, sem ter que ser seu Senhor, não se acha em nenhuma parte do NT. Ninguém pode aceitar Jesus como Salvador sem também aceitá-lo como Senhor (10.9). Esse é um elemento essencial da pregação apostólica (At 2.36-40).

2) "Senhor"  significa aquele que tem o poder, domínio, autoridade e o direito de mandar. Confessar Jesus como Senhor é declarar que Ele é igual a Deus (v.13; Jo 20.28; At 2.36; Hb 1.10) e digno do poder (Ap 5.12), da adoração (Fp 2.10,11), da confiança (Hb 2.13), da obediência (Hb 5.9) e da oração (At 7.59,60; 2 Co 12.8).

3) Quando os crentes no NT chamavam Jesus de "Senhor", não se tratava de mera profissão de fé, ou uma simples repetição, mas de uma atitude sincera e interna do coração (1 Pe 3.15), pela qual colocavam Cristo como único e supremo Senhor sobre a totalidade das suas vidas (Lc 6.46-49; Jo 15.14). Jesus precisa ser aceito como Senhor dos assuntos espirituais, no lar e na igreja, bem como em todas as áreas da vida, inclusive a intelectual, a financeira, a educacional, a recreativa, a vocacional, etc. (12.1,2; 1 Co 10.31).

10.9 -Deus o ressuscitou dos mortos. Quem nega a ressurreição corporal de Jesus Cristo não tem o direito legítimo de dizer que é cristão; continua um incrédulo, uma vez que a morte e a ressurreição de Cristo é o evento central na salvação (1.4; 4.25; 5.10,17; 6.4-10; 8.11,34).

A salvação futura de Israel (11.1-36). A rejeição de Cristo por Israel é temporária. Virá o dia em que Israel será salvo (v. 26). Não se declara aqui quando ou como isso acontecerá. Nem sequer se declara se o fato estará ao regresso dos judeus à Palestina — só temos a certeza fundamental de que acontecerá. Uma das manchas mais escuras no panorama da história universal é o sofrimento, século após do povo escolhido por Deus. Dias virão, porém, em que tudo isso chegará ao fim, Israel se voltará, arrependido, ao Senhor. E toda a criação dará graças a Deus pela sabedoria de sua providência
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11.1 - Rejeitou deus o seu povo? Paulo passa a explicar que a rejeição de Israel por Deus é apenas parcial e temporária; Israel, finalmente, aceitará a salvação de Deus em Cristo. Para uma análise de como esse capítulo se encaixa no argumento de Paulo.

11.5 - A eleição da graça. Esta expressão refere-se ao desígnio gracioso de Deus ao enviar seu Filho ao mundo para salvar a todos quantos nEle crerem. A eleição provém do propósito salvífico de Deus "antes da fundação do mundo" (Ef 1.4). A partir da vinda de Cristo e da sua morte e ressurreição, a eleição inclui todos que crêem e obedecem a Cristo e ao evangelho. Sendo assim, tanto Deus quanto o homem atuam na eleição. O alvo da "eleição da graça" é o homem ser santo e inculpável diante de Deus (Ef 1.4;Rm 3.22; 4.1-5,16)

11.11 -Veio a salvação aos gentios. A transgressão de Israel, i.e., sua rejeição e crucificação de Jesus, resultou na salvação para o mundo inteiro (Is 49.5,6).

11.12 - A sua plenitude. A "plenitude" de Israel pode referir-se a um tempo quando muitos em Israel crerão em Jesus Cristo como o Filho e Messias de Deus (v.15), trazendo bênçãos ainda maiores ao mundo (Is 11.10-16; 29.17-24 ).

11.14 I ncitar à emulação. Todas as igrejas devem ferventemente buscar a Deus, pedindo-lhe que seu poder, sua graça e demais bênçãos sejam tão abundantes sobre elas, que alguns em Israel tenham inveja e busquem o Senhor. A salvação em Cristo e os privilégios do seu reino, manifestos na prática em nossa vida, criarão em Israel o desejo de receber as mesmas bênçãos.

11.20 - Pela sua incredulidade. A solução do destino de Israel não consiste num decreto arbitrário de Deus, mas na sua própria incredulidade e rejeição da graça de Deus em Cristo.

11.22 - Também tu serás cortado. Paulo faz uma solene advertência a todos os crentes gentios,a todas as igrejas, denominações ou fraternidades cristãs.

1) Existe a terrível possibilidade de Deus repudiar ou "cortar" qualquer indivíduo, ministério, igreja ou grupo de igrejas que não "permanecem na sua benignidade", na fé apostólica e nos padrões de justiça do NT (v. 22).

2) Se Deus não poupou Israel, não poupará qualquer igreja ou comunidade cristã (v. 21), se rejeitarem os caminhos de Deus e se conformarem com este mundo (12.2). Logo, todas as igrejas cristãs devem "temer" (v. 20), tendo em mente tanto "a bondade", como "a severidade de Deus", e tudo fazendo para continuarem na fé e na prática apostólicas do NT. Nenhuma igreja cristã, nem ministério, pode pressupor confiadamente que nunca sofrerá juízo divino. Seja igreja, seja pessoa, "para com Deus não há acepção de pessoas" (2.11; Ap 2-3 ).

11.25 - A plenitude dos gentios. A "plenitude dos gentios" significa a conclusão do propósito de Deus ao chamar para si um povo dentre os gentios (At. 15.14). É possível que se relacione, também, com um período em que a iniqüidade dos gentios se complete, quando o pecado no mundo chegar ao nível pleno da rebelião contra Deus (cf. Gn 15.16). Nessa ocasião, Cristo voltará para julgar o mundo (Lc 21.24,27; cf. Gn 6.5-7,11-13; 18.20-33; 19.24,25; Lc 17.26-30).

11.26 -Todo o Israel. A expressão "todo o Israel" deve ser entendida como uma referência à soma global dos crentes israelitas.

1) O número de judeus crentes em Cristo aumentará grandemente durante os dias tenebrosos da tribulação (Dt 4.30,31; Os 5.14-6.3; Ap 7.1-8). A tribulação terminará quando Cristo operar o livramento dos crentes israelitas e destruir os demais judeus incrédulos (Is 10.20; Zc 13.8,9). Todos os "rebeldes" ( os judeus ímpios) serão expurgados (Ez 20.34-44 ).

2) O remanescente crente de Israel (os sobreviventes do fim dos tempos) e os fiéis em Israel, das gerações passadas, constituem "todo o Israel" (Ez 37.12-14).

11.29 -Os dons e a vocação de deus. Estas palavras se referem aos privilégios de Israel mencionados em 9.4,5 e 11.26. O contexto desta passagem tem a ver com Israel e os propósitos de Deus para aquela nação e não aos dons espirituais ou à vocação ministerial relacionados com a obra do Espírito Santo na igreja (12.6-8; 1 Co 12). A chamada ministerial, o ingresso no ministério e permanência nele, tudo deve ser feito segundo as qualificações do caráter pessoal e dos antecedentes espirituais do indivíduo.


O Espírito também nos revela que o Pai nos ama como seus filhos por adoção, não menos do que Ele ama seu Filho Unigênito (Jo 14.21,23; 17.23). Finalmente, o Espírito cria em nós o amor e a confiança que nos capacitam a lhe clamar: "Aba, Pai" (v. 15).

8.17 - Se... com ele padecemos. Paulo nos faz lembrar que a vida vitoriosa no Espírito Santo não é nenhum caminho fácil. Jesus sofreu, e nós que o seguimos sofreremos também. Esse sofrimento é considerado um sofrimento em conjunto com Ele (2 Co 1.5; Fp 3.10; Cl 1.24; 2 Tm 2.11,12) e advém do nosso relacionamento com Deus como seus filhos, da nossa identificação com Cristo, do nosso testemunho dEle e da nossa recusa de nos conformar com o mundo (12.1,2).

8.18 - As aflições deste tempo presente. Todos os sofrimentos do momento enfermidade, dor, calamidade, decepções, pobreza, maus-tratos, tristeza, perseguição e todos os tipos de aflição devem ser considerados insignificantes ante a bênção, os privilégios e a glória que serão concedidos ao crente fiel, na era vindoura ( 2 Co 4.17).
O sofrimento de toda a criação (v. 18-25). A totalidade da criação natural incluindo nós mesmos, geme pela ordem superior de existência que será revelada no dia em que Deus completar a redenção que operou, quando o “corpo sujeito a esta morte” (7.24) receberá a liberdade definitiva da glória do céu. É urna concepção grandiosa da obra de Cristo.

8.22 - Toda a criação geme. Nos versículos 22-27, Paulo fala de três gemidos diferentes: o da criação (v. 22), o dos crentes (v. 23) e o do Espírito Santo (v. 26). A "criação" (a natureza animada e inanimada) tornou-se sujeita ao sofrimento e às catástrofes físicas, por causa do pecado humano (v. 20). Deus, portanto, determinou que a própria natureza será redimida e recriada. Haverá novo céu e nova terra; uma restauração de todas as coisas, segundo a vontade de Deus (2 Co 5.17; Gl 6.15; Ap 21.1,5), quando, então, os fiéis servos de Deus receberão sua plena herança (vv. 14,23)

8.23 - Também gememos. Embora os crentes possuam o Espírito e as suas bênçãos, eles também gemem no íntimo, ansiando por sua plena redenção. Gemem por duas razões.

1) Os crentes, por viverem num mundo pecaminoso que entristece o seu espírito, continuam experimentando a imperfeição, a dor e a tristeza. Os gemidos do crente expressam a sua profunda tristeza sentida ante essas circunstâncias (2 Co 5.2-4).

2) Gemem ao suspirar por sua redenção total e pela plenitude do Espírito Santo que serão outorgadas na ressurreição. Gemem pela glória a lhes ser revelada e pelos privilégios da plena filiação celestial (cf. 2 Co 5.2,4).

8.26 – O espírito... intercede por nós com gemidos. No tocante à atividade do Espírito Santo em ajudar o crente a orar, três observações são importantes:

1) O filho de Deus tem dois intercessores divinos. Cristo intercede no céu pelo crente, perante a face do Pai (v. 34;1 Jo 2.1) e o Espírito Santo intercede no íntimo do crente, na terra 

2) "Com gemidos", provavelmente, indica que o Espírito intercede juntamente com os gemidos do crente. Esses gemidos têm lugar no coração do crente.

3) Os desejos e anseios espirituais dos crentes têm sua origem no Espírito Santo, que habita em nosso coração. O próprio Espírito suspira, geme e sofre dentro de nós, ansiando pelo dia final da redenção (vv. 23-25). Ele apela ao Pai em favor das nossas necessidades "segundo [a vontade de] Deus" (v. 27)

A intercessão do Espírito (v. 26-30). O Espírito que em nós habita não é somente a garantia da nossa ressurreição e glória futura, mas também, mediante suas orações em nosso favor, temos a garantia de que Deus fará com que tudo quanto já nos aconteceu e tudo quanto ainda possa acontecer coopere juntamente para o nosso bem. É possível que nos esqueçamos de orar, mas o Espírito nunca se esquece. Deus cuidará de nós até o fim. Nunca nos esqueçamos de confiar nele.


8.28 - Todas as coisas contribuem juntamente para o bem. Este trecho traz grande conforto ao filho de Deus, quando temos que enfrentar sofrimentos nesta vida.

1) Deus fará o bem surgir de todas as aflições, provações, perseguições e sofrimentos. O bem que Deus leva a efeito é conformar-nos à imagem de Cristo e, finalmente, levar a efeito a nossa glorificação.

2) Essa promessa é limitada aos que amam a Deus e lhe são submissos mediante a fé em Cristo (cf. Êx 20.6; Dt 7.9; Sl 37.17; Is 56.4-7; 1 Co 2.9). (3) "Todas as coisas" não incluem os nossos pecados e nossa negligência (6.13; 6.16,21,23; Gl 6.8); isso quer dizer que ninguém pode alegar motivo para pecar, justificando que Deus fará resultar isso em bem

8.29 - Os que dantes conheceu. Neste versículo, conhecer de antemão é o equivalente a amar de antemão e é usado no sentido de "ter como objeto de estima afetiva" e "optar por amar desde a eternidade" (Êx 2.25; Sl 1.6; Os 13.5; Mt 7.23; 1 Co 8.3; Gl 4.9; 1 Jo 3.1).

1) A presciência de Deus, aqui, significa que Ele determinou desde a eternidade, amar e redimir a raça humana através de Cristo (5.8; Jo 3.16). O objeto da presciência (ou do amor eterno) de Deus aparece no plural e refere-se à igreja. Isso significa que o amor eterno de Deus objetiva, principalmente, o corpo coletivo de Cristo (Ef 1.4; 2.4; 1 Jo 4.19) e somente tem a ver com indivíduos à medida que estes integram esse corpo coletivo, mediante a fé permanente em Cristo e a sua união com Ele (Jo 15.1-6)

2) O corpo coletivo de Cristo alcançará a glorificação no porvir (v. 30). O crente, considerado à parte, não alcançará a glorificação, caso ele venha a separar-se do corpo de Cristo, amado de antemão pelo Pai, e deixar de conservar sua fé no Senhor (v. 12-14,17; Cl 1.21-23)

8.36 - Como ovelhas para o matadouro. As adversidades alistadas pelo apóstolo nos versículos 35,36 têm sido experimentadas pelo povo de Deus através dos tempos (At 14.22; 2 Co11.23-29; Hb 11.35-38). Nenhum crente deve estranhar o fato de experimentar adversidades, perseguição, fome, pobreza ou perigo. Aflições e calamidades não significam, decerto, que Deus nos abandonou, nem que Ele deixou de nos amar (v. 35). Pelo contrário, nosso sofrimento como crentes, abrir-nos-á o caminho pelo qual experimentaremos mais do amor e consolo de Deus (2 Co 1.4,5). Paulo nos garante que venceremos em todas essas adversidades e que seremos mais que vencedores por meio de Cristo (vv. 37-39; cf. Mt 5.10-12; Fp 1.29).

8.39 - O amor de Deus... em Cristo Jesus nosso senhor. Se alguém fracassar na sua vida espiritual, não será por falta da graça e amor divinos (vv. 31-34), nem por causa de poderes do mal ou adversidades demais (vv. 35-39), mas porque tal pessoa foi negligente na sua comunhão com Cristo. Somente "em Cristo Jesus" é que o amor de Deus foi manifestado e somente nEle o desfrutamos. Somente à medida que permanecemos em Cristo Jesus como "nosso Senhor" é que poderemos ter a certeza de que nunca seremos separados do amor de Deus.

Nada nos separará do amor de Cristo (v. 31-39). Ele morreu por nós. Ele nos tem perdoado. Ele nos concedeu sua continua presença na pessoa de seu Espírito. Se somos dele, nenhum poder na terra ou no céu poderá impedir que ele nos leve a si mesmo, à presença eterna de Deus. Essa é uma das passagens mais magníficas de toda a Bíblia.
CONTINUA NILZA CARDOSO

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