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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Terceira parte dos ESTUDOS DE ROMANOS- CAP 4 A 6

CONTINUAÇÃO- AULA 7
Rm. 4 - O caso de Abraão?
Paulo levanta o caso de Abraão porque os que ensinavam que os gentios deviam converter-se ao judaísmo a fim de tornarem-se cristãos baseavam suas alegações nas promessas feitas por Deus a Abraão, que eram vinculadas com o sinal da circuncisão. Diziam que quem não fosse fisicamente da descendência de Abraão, teria que se tornar herdeiro das promessas mediante a circuncisão.
Paulo explica que a promessa foi feita com base na fé que Abraão tinha quando ainda era incircunciso. Por isso, os herdeiros de Abraão são os que possuem essa mesma fé, em vez de os que são circuncidados. O que havia de grandioso na vida de Abraão era sua fé, e não a circuncisão.

4.3 - Creu Abraão em Deus. A salvação pela fé, e não pelas obras (pela guarda da Lei), não é uma doutrina peculiar do NT; é, também, característica do AT. Paulo retrocede no tempo, para além de Moisés, e toma Abraão como exemplo de fé. Abraão tinha fé em Deus, cultivava um dedicado e leal relacionamento com seu Deus, cria nas suas promessas (v. 20,21; Gn 12.1-3; 15.5,6) e vivia em obediência ao Senhor (Gn 12.1-4; 22.1-19; Hb 11.8-19; Tg 2.21,22)

4.5 - Fé imputada como justiça. A Abraão, a fé foi "imputada" por justiça. "Imputar" significa creditar na conta da pessoa. Isso significa que a fé salvífica do cristão é tida como equivalente à justiça no tocante ao seu efeito.
1) Paulo fala seis vezes, em Rm 4, de "imputar" ou "atribuir a justiça" ao crente, e, em cada caso, Paulo afirma claramente que é a "fé" do crente que lhe é contada ou imputada como "justiça" (vv. 3,5,6,9,11,22).
2) Imputar a fé do crente como justiça não é, porém, resultado exclusivo da nossa fé em Cristo ou da nossa entrega a Ele; é, acima de tudo, um ato de graça e misericórdia divinas (v. 16).
3) Quando Deus vê o coração do crente voltado para Cristo com fé, Ele lhe perdoa, graciosamente, os pecados, imputa-lhe a fé como justiça e aceita-o como seu filho.Juntamente com essa imputação da fé como justiça, Deus também outorga sua graça para a santificação (v. 16; 5.2; Fp 3.9; Tt 3.5-7).
4) A fé, que é imputada como justiça e que traz o perdão, é a fé em Cristo, tendo em vista a sua morte expiatória (3.24-26). Absolutamente nada mais, a não ser a morte sacrificial de Cristo na cruz constitui o fundamento da reconciliação do pecador com Deus.

4.7 - Aqueles cujos pecados são cobertos. Esta citação do Sl 32.1,2 mostra que tanto Davi como Paulo criam que a fé contada como justiça, abrange o perdão do pecado e a reconciliação com Deus. É uma dádiva da misericórdia de Deus através da morte de Cristo na cruz (2 Co 5.19,21).

4.12 - A fé de nosso pai Abraão. A fé que Abraão tinha era uma fé genuína, pela qual ele perseverava, cria, confiava, obedecia, fortalecia-se e dava glória a Deus (vv. 16-21). Esse é o tipo de fé que nos torna filhos de Deus.

4.16 - É pela fé. Os crentes são salvos somente pela fé, mediante a graça. Devem ser notadas, no entanto, duas verdades bíblicas a respeito da natureza da fé para salvação.
1) Embora a pessoa seja salva pela fé somente, a fé que salva não é algo único. Tiago declara que "a fé sem obras é morta" (Tg 2.14-26); Paulo diz que é "a fé que opera por caridade" (Gl 5.6). A fé, para a salvação, é uma fé tão vital que não pode prescindir da expressão do amor, da obediência para com o Salvador e de serviço ao próximo. A fé que consiste na confiança em Deus, para o perdão dos pecados, mas que não inclui, da parte do pecador, um sincero arrependimento do pecado e também um compromisso ativo com Cristo como Senhor, não corresponde à fé para salvação segundo o NT.
2) É anti-bíblico enfatizar a "fé" em si mesma, e ignorar o amplo desígnio da salvação e daquilo que ela significa. A salvação pela fé inclui não somente ser salvo da condenação, mas também ser salvo para comunhão com Deus, para santidade e para serviço, a prática das boas obras (Ef 2.10).

4.16 - Para que seja segundo a graça. Se a salvação, a justificação e a justiça que Deus outorga viessem pela nossa perfeita obediência à Lei, ninguém seria salvo, porque ninguém jamais a cumpriu de modo perfeito. Mas, posto que a salvação é pela fé, mediante a graça, poderão ser salvos todos aqueles que buscam a Deus. Ele, por sua misericórdia, perdoa os nossos pecados e outorga-nos a sua graça (seu Espírito e seu poder), para regenerar nossa vida e nos tornar seus filhos.

4.22 - lhe foi... imputado como justiça. Na ilustração que Paulo deu da justiça no capítulo 4, ele não declara em parte alguma que a justiça de Deus ou de Cristo é, na realidade, imputada ou comunicada ao crente. Devemos tomar cuidado para não descrever a justificação como decorrente da guarda da Lei do AT por Cristo, e daí comunicada, por Ele, ao crente. Se a justificação fosse pelos méritos da guarda da Lei, transferidos ao homem, então não se trata do mesmo tipo de fé que Abraão teve (v. 12), e isso, por sua vez, anula a promessa (v. 14) e torna a salvação um resultado do mérito, e não da graça (v. 16). Paulo declara enfaticamente que a justificação e a retidão não decorrem da Lei (v. 13), mas da misericórdia, graça, amor e perdão de Deus (vv. 6-9), e que a fé de Abraão (sua crença, sua dedicação a Deus, sua forte confiança e inabalável firmeza em Deus e nas suas promessas), lhe é atribuída como justiça, pela misericórdia e graça de Deus (vv. 16-22).

Rm. 5 - Cristo e Adão
Paulo fundamenta a eficácia da morte de Cristo como expiação pelo pecado humano na unidade da raça em Adão.
Como um só individuo poderia morrer em favor de muitos? Uma pessoa podia morrer come substituta da outra — nisso parece haver alguma justiça. Mas como uma só pessoa. Pode morrer em favor de milhões?
A resposta de Paulo é que os seres humanos não são culpados serem pecadores, pois nasceram assim. Foi gerado sem lhes ser perguntado se queriam existir, Ao acordar neste mundo, acharam-se num corpo possuidor da natureza pecaminosa. Por outro lado, conforme declara Paulo, o fundador da nossa raça —Adão — não tinha uma natureza pecaminosa no início.
Adão era o cabeça natural da raça humana e foi feito com perfeição à semelhança de Deus. Cristo é o cabeça espiritual e o único homem, depois de Adão, com uma natureza piedosa e sem pecado. O que o primeiro cabeça fez de errado, o outro desfez. O pecado de um só homem trouxe morte a raça humana, Por isso, a morte de um só homem é suficiente para outorgar vida a todos os que aceitarem essa substituição.

5.1 - Sendo pois justificados. A justificação pela fé produz vários resultados no crente: a paz com Deus a graça, a esperança, a firmeza, as tribulações, o amor de Deus, o Espírito Santo, o livramento da ira, a reconciliação com Deus, a salvação pela vida e presença de Jesus e o regozijo em Deus (vv. 1-11)

5.3 - Nos gloriamos nas tribulações. Paulo alista "tribulações" como uma das bênçãos da salvação em Cristo.
1) A palavra "tribulação" refere-se a todos os tipos de provações que podem nos afligir. Isto inclui coisas como necessidades financeiras ou materiais, circunstâncias difíceis, tristeza, enfermidade, perseguição, maus tratos ou solidão.
2) Em meio a estas aflições, a graça de Deus nos capacita a buscar mais diligentemente a sua face e produz em nós um espírito e caráter perseverantes, que vencem as provações e as aflições da vida. A tribulação, ao invés de nos levar ao desespero e à desesperança, produz a paciência (v. 3), a paciência produz a experiência (v. 4), e a experiência resulta numa esperança madura que não decepciona (v. 5).
3) A graça de Deus nos capacita a olhar além dos nossos problemas presentes, nossa ardente esperança em Deus e a certeza garantida da volta do nosso Senhor para estabelecer a justiça e a piedade no novo céu e nova terra (1 Ts 4.13; Ap 19-22). Entrementes, enquanto estivermos na terra, temos o amor de Deus derramado em nosso coração pelo Espírito Santo a fim de nos consolar em nossas provações e trazer até nós a presença de Cristo (Jo 14.16-23)

5.5 - O amor de Deus... em nosso coração. Os cristãos experimentam o amor de Deus nos seus corações, pelo Espírito Santo; especialmente em tempos de aflição. O verbo "derramar" está no tempo pretérito perfeito contínuo, significando que o Espírito continua a fazer o amor transbordar em nossos corações. É essa experiência sempre presente do amor de Deus, que nos sustenta na tribulação (v.
3) e nos assegura que nossa esperança da glória futura não é ilusória (vv. 4,5). A volta de Cristo para nos buscar é certa.

5.10 - Salvos pela sua vida. A salvação do crente provém do sangue de Cristo e da sua vida ressurreta, pelos qual o crente perdoado e reconciliado com Deus. Essa é a salvação inicial (3.21-26; 4.5-9). O crente continua salvo através de uma fé viva e da comunhão com o Cristo vivo.Se Deus nos amou a tal ponto de enviar seu Filho para morrer por nós quando ainda éramos inimigos, quanto mais agora, que somos seus filhos. Ele tomará todas as providências para nos salvar da ira vindoura, mediante a fé que agora temos no seu Filho (4.22-5.2; 5.9,10; 1 Co 1.30; Fp 2.12-16; Cl 3.3,4; 1 Ts 1.10; 2 Tm 2.12; Tg 1.12)

5.12 - Por um homem entrou o pecado no mundo. Através da transgressão e queda de Adão, o pecado como princípio ou poder ativo conseguiu penetrar na raça humana (v. 17,19; Gn 3; 1 Co 15.21,22).                  
1) Duas conseqüências decorrem disso:
a) O pecado e a corrupção penetraram no coração e na vida de Adão; e
b) Adão transmitiu o pecado ao gênero humano, corrompendo todas as pessoas nascidas a partir de então. Todos os seres humanos passaram a nascer propensos ao pecado e ao mal (v. 19; 1.21; 7.24; Gn 6.5,12; 8.21; Sl 14.1-3; Jr 17.9; Mc 7.21,22; 1 Co 2.14; Gl 5.19-21; Ef 2.1-3; Cl 1.21; 1 Jo 5.19).
2) Paulo não explica como o pecado de Adão é transmitido aos seus descendentes. Nem diz que toda a humanidade estava presente em Adão e que assim ela participou do seu pecado e por isso herda a sua culpa. Paulo não diz, em nenhum lugar, que Adão foi o cabeça coletivo dos seus descendentes, nem que o pecado de Adão foi-lhes imputado. Todos são culpados diante de Deus por causa dos seus próprios pecados pessoais, porque "todos pecaram" (v. 12). O único ensino no tocante a isso, que tem apoio bíblico, é que homens e mulheres herdam uma natureza moral corrupta, bem como a propensão para o pecado e o mal (ver 6.1 nota). (3) A morte entrou no mundo através do pecado e por isso todos estão sujeitos à morte, "por isso que todos pecaram" (v. 12,14;  3.23; Gn 2.17; 3.19)

5.14 - A morte reinou desde adão até Moisés. A raça humana experimentou a morte, não porque transgrediu a lei oral de Deus, com sua pena de morte, como no caso de Adão (vv. 13,14), mas porque os seres humanos realmente eram pecadores pela prática, bem como pela sua natureza e transgrediram a lei da consciência, escrita nos seus corações (2.14,15)

5.15 - Muito mais a graça de Deus. Nos versículos 12-21, Paulo ressalta a suprema suficiência da redenção provida por Jesus Cristo para desfazer os efeitos da queda. É essa a verdadeira lição desse trecho: Adão trouxe o pecado e a morte; Cristo trouxe a graça e a vida (v. 17).

5.18 - Sobre todos os homens... justificação de vida. A condenação declarada sobre todas as pessoas torna-se uma realidade em cada indivíduo à medida que ele rejeita a Deus e sua revelação escrita no coração do homem, ou na sua Palavra escrita (2.12-16). A "justificação de vida" para todas as pessoas é em potencial; ela torna-se real, no homem, à medida que este crê em Cristo e recebe a graça, a vida e o dom da justiça por Jesus Cristo (v. 17).

Rm. 6 - Que motivação existe, nesse caso, para vivermos em retidão?
Se não mais estamos debaixo da Lei, e se Cristo perdoa os nossos pecado, por que não continuar pecando, uma vez que Cristo continuará perdoando?
Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso senhor. Rm. 6.23
Paulo responde que é inconcebível semelhante coisa. Cristo morreu para nos salvar dos nossos pecados. Seu perdão visa ao propósito de nos levar a odiar nossos pecados.
Não podemos ser servos do pecado e servos do Cristo ao mesmo tempo. Devemos escolher entre o pecado e Cristo. Não é possível agradar a Cristo e ao mesmo tempo continuar a viver no pecado. Isso não significa que temos a capacidade de vencer inteiramente todos os nossos pecados e nos colocar acima da necessidade da misericórdia isto sim, que existem duas maneiras de viver que são  diferentes entre si:a seguir o caminho de Cristo ou o caminho do pecado. Em nosso coração , pertencemos a um ou ao outro, mas não aos dois.

6.1 - Permaneceremos no pecado? No capítulo 6, Paulo contesta a idéia errônea de que os crentes podem continuar no pecado e ainda assim estarem livres da condenação eterna, em virtude da graça e misericórdia de Deus em Cristo. Paulo refuta essa distorção antinomiana da doutrina da graça, pondo em relevo uma verdade fundamental: o verdadeiro crente demonstra estar "em Cristo" por estar morto para o pecado. Ele foi transportado da esfera do pecado para a esfera da vida com Cristo (vv. 2-12). Uma vez que o crente genuíno separou-se definitivamente do pecado, não continuará a viver nele. Inversamente, quem vive no pecado não é crente genuíno (1 Jo 3.4-10). Em todo este capítulo, Paulo enfatiza que não se pode ser servo do pecado e servo de Cristo a um só tempo (v. 11-13, 16-18). Se um crente torna-se servo do pecado, o resultado será a condenação e a morte eternas (vv. 16,23).

6.1 -Pecado. 1) O NT emprega várias palavras em grego para descrever o pecado nos seus vários aspectos. As mais importantes são:
a) Hamartia, que significa "transgredir", "praticar o mal", "pecar contra Deus" (Jo 9.41).
b) Adikia, que significa "iniqüidade", "maldade" ou "injustiça" (1.18; 1 Jo 5.17). O termo pode ser descrito como falta de amor, porque todos os delitos surgem por falta de amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-40; Lc 10.27-37). Adikia é, também, o pecado como poder, agindo na pessoa, para escravizar e enganar (5.12; Hb 3.13).
c) Anomia, que denota a "ilegalidade", a "iniqüidade" e a "rebeldia contra a Lei de Deus" (v. 19; 1 Jo 3.4).
d) Apistia, que indica "incredulidade" ou "infidelidade" (3.3; Hb 3.12). (2) Destas definições podemos tirar a conclusão de que a essência do pecado jaz no egoísmo, apegamento do ser humano às coisas ou aos prazeres, para si mesmo, sem fazer caso bem-estar dos outros e dos mandamentos de Deus. Isso leva à crueldade aos outros e à rebelião contra Deus e sua Lei. Em última análise, o pecado é a recusa da sujeição a Deus e à sua Palavra (1.18-25; 8.7). É inimizade contra Deus (5.10; 8.7; Cl 1.21), e desobediência (11.32; Gl 3.22; Ef 2.2; 5.6).
3) O pecado é também a corrupção moral nos seres humanos, opondo-se a todas as vontades humanas nestes dias. Ele nos leva tanto a deleitar-nos em cometer iniqüidade, como também a sentir prazer nas más ações dos outros (1.21-32;Gn 6.5). É, por outro lado, um poder que escraviza e corrompe, à medida que nos entregamos a ele (3.9; 6.12ss.; 7.14; Gl 3.22). O pecado está arraigado nos desejos humanos (Tg 1.14; 4.1,2).
4) O pecado foi introduzido por Adão na raça humana e afeta a todos (5.12), resulta em julgamento divino (1.18), leva à morte física e espiritual (Gn 2.17; Rm 6.23), e o seu poder somente pode ser dominado pela fé em Cristo e por sua obra redentora pela humanidade (5.8-11; Gl 3.13; Ef 4.20-24; 1 Jo 1.9; Ap 1.5).

6.4 - Sepultados com ele pelo batismo. Para o cristão, o batismo é um símbolo do seu sepultamento e ressurreição com Cristo; mas é mais do que isso. Quando acompanhado de fé verdadeira, o batismo tem a ver com a nossa rejeição do pecado e dedicação a Cristo, o que resulta num fluxo contínuo de graça e de vida divina sobre nós O batismo significa identificação com Cristo na sua morte e sepultamento, a fim de vivermos diante sua vida ressurreta (vv. 4,5). Tão certamente como Cristo ressuscitou dentre os mortos, nós, que temos a verdadeira fé salvífica nEle, andaremos em novidade de vida (v. 5).

6.6 - Velho homem... corpo do pecado. Paulo emprega aqui duas expressões bíblicas:
1) O "velho homem", que se refere ao eu irregenerado do crente;à pessoa que ele era antigamente; à vida que antes ele vivia no pecado. Esse velho eu foi crucificado (morto) com Cristo na cruz, a fim de que o crente receba uma nova vida em Cristo e seja um "novo homem" (cf. Gl 2.20).
2) "Corpo do pecado" se refere ao corpo humano controlado pelos desejos pecaminosos. Sua escravidão ao pecado já foi abolida na conversão ( 2 Co 5.17; Ef 4.22; Cl 3.9,10). Doravante, o crente não deve permitir que sua antiga maneira de viver volte a dominar sua vida e seu corpo (2 Co 5.17; Ef 4.22; Cl 3.9,10).

6.10 - Morreu para o pecado. Embora Cristo fosse impecável, Ele sofreu e foi humilhado pelo pecado por nossa causa (5.21; 2 Co 5.21). Na morte de Cristo, o pecado perdeu a sua influência. Na sua ressurreição, Ele triunfou sobre o poder do pecado. Semelhantemente, os que estão unidos com Ele, na sua morte, são libertos do poder do pecado (vv. 2,11) para andarem em novidade de vida (vv. 4,5,10).

6.11 - Considerai-vos como mortos para o pecado. A premissa fundamental em Rm 6 é a união do crente com Cristo, tanto na sua morte como na sua vida. Se, portanto, você é um crente autêntico, você morreu para o pecado e precisa dar prova disso. Você, como crente, morreu para o pecado de três maneiras diferentes.
1) Você morreu para o pecado, do ponto de vista de Deus. Deus considera que você morreu com Cristo na cruz e que foi ressuscitado na sua ressurreição (vv. 5-10).
2) Você morreu para o pecado quando nasceu de novo pelo Espírito. Você recebeu o poder de Cristo para resistir ao pecado (vv. 14-18); para morrer diariamente para o pecado, aniquilando os maus desejos da carne (8.13) e vivendo uma nova vida em obediência a Deus (vv. 5-14,18,22).
3) Você morreu para o pecado quando, no seu batismo em água, você proclamou sua morte ao pecado e assumiu o compromisso de rejeitá-lo e de viver para Cristo.

6.12 - Não reine, portanto, o pecado. Pelo fato de o pecado ter sido destronado, devemos resistir continuamente ao seu assédio para reconquistar o seu antigo controle. Sabendo que o pecado procura reinar, mormente através dos desejos da carne, tais desejos devem ser resistidos pelos que têm fé em Cristo. Exemplos: não atender às concupiscências do corpo (v. 12); não colocar membro algum do nosso corpo à disposição do pecado (v. 13), e apresentar nosso corpo e a nossa total personalidade submissos a Deus e à sua justiça (vv. 13-19).

6.15 - Pecaremos? Certos membros da igreja, nos dias de Paulo, presumiam que, sendo o pecado perdoado mediante a graça de Deus, o cristão não precisa preocupar-se para resisti-lo. Refutando essa idéia, o apóstolo explica que cada crente deve continuamente reafirmar e implementar sua decisão de resistir ao pecado e seguir a Cristo (v. 19).
1) Tendo aceitado a Cristo, os crentes devem continuar a escolher a quem servirão (v. 16).
a) Poderão voltar ao pecado, cessando de opor-se ao seu domínio na sua vida pessoal e tornando-se de novo seus escravos, sabendo que a morte (espiritual e eterna) será o resultado disso (vv. 16,21,23); ou
b) poderão dominar o pecado (v. 17) e continuar a apresentar-se como servos de Deus e da justiça, tendo como resultados a santificação e a vida eterna (vv. 19,22). (2) À luz dos versículos15-23, quem não tem compromisso com o senhorio de Cristo e não se opõe ao domínio do pecado na sua vida pessoal, não tem o direito de se referir a Cristo como seu Salvador: "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6.24)

6.16 - Obedeceis... do pecado para a morte Paulo adverte solenemente os crentes que pensam que podem pecar impunemente porque estão debaixo da graça. Se algum crente se entregar ao pecado, tornar-se-á um escravo do pecado (Lc 16.13; Jo 8.34), o que resultará na "morte" (v. 23). "Morte" significa, aqui, "eterna perdição ante a face do Senhor" (2 Ts 1.9); o oposto da "vida eterna" ( v. 23)

6.17 -Obedecestes... à forma de doutrina. Na igreja primitiva os novos crentes, com dedicação, observavam certos padrões específicos de ensino e conduta, baseados nos ensinos apostólicos, na comunhão com Cristo e na dedicação a Ele (Mt 5-7; At 2.42).
1) Esses padrões eram, mais provavelmente, um resumo da doutrina e da ética cristãs com que o convertido concordou quando aceitou a Cristo como seu novo Senhor. É a "sã doutrina" ou as "palavras sadias", conforme as referências nas Epístolas Pastorais.
2) A suposição de que o cristianismo não tem padrão de ensino regulando o pensamento e a prática, ou, de que a existência de regras de conduta é legalismo, é estranha ao conceito Paulino da fé cristã. O cristianismo exige obediência sincera aos padrões divinos.
CONTINUA NILZA CARDOSO

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