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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Segunda parte do ESTUDO DE ROMANOS -ATÉ CAP 3

CONTINUAÇÃO AULA 06
A carta aos Romanos divide-se em cinco grandes partes que tratam de cinco grandes assuntos essenciais à revelação de seu tema capital. Aqui designamos essas partes, dando a cada urna delas uma terminologia dupla — doutrinária e prática.

  Doutrinária                                 Prática
A condenação - 1:1 a 3:20 -         O pecado
A justificação - 3:21 a 5:21-         A salvação
A santificação - Caps. 6,7 e 8 -     A separação
A dispensação - Caps 9,10 e 11 – A soberania
A glorificação - 12:1 a 16:27 –      O serviço
Assim, temos o seguinte:
A condenação é causada pelo pecado.
A justificação é o método da salvação.
A santificação envolve e produz a separação.
A dispensação é a expressão da soberania divina.
A glorificação é o objetivo do serviço.

Rm. 1 e 2 - A necessidade universal do evangelho

A pecaminosidade universal da raça humana (1.1-32): A primeira sentença é longa, pois consiste em quatro versículos.
(1.1-4). É o resumo da vida de Paulo: Jesus ressuscitou dentre os mortos de conformidade com as profecias e comissionou Paulo a pregá-lo a todas as nações.
1.4 -  O espírito de santificação. Esta expressão refere-se à terceira pessoa da Santíssima Trindade. Sua santidade o separa totalmente do espírito humano, do pecado e do mundo, e descreve tanto sua característica preeminente, quanto a sua obra (gl 5.16-24).

1.5 – A obediência da fé. Note que Paulo, tanto no começo desta epístola (1.5), como no fim (16.26), define a fé em termos de "obediência". Para Paulo, a natureza da fé salvífica deve ser determinada por seu propósito inicial, a saber: unir nossa vida com Deus, através de Jesus Cristo, em amor, devoção, gratidão e obediência.

1.7 - Chamados santos. A idéia básica e inerente na palavra "santo" é "separado para o evangelho de Deus" ( v. 1). Os crentes foram separados do pecado e do mundo, aproximados de Deus e consagrados para servi-lo Através da consagração, o Espírito renova o caráter do crente na verdadeira santidade.

O desejo, longamente acalentado por Paulo, de ir até Roma ( 1.9 – 15)
A viagem de Paulo para lá fora adiado pelo chamado para pregar as pessoas de outro lugar que nunca tinha ouvido o evangelho (15.20)

Não me envergonho do evangelho (1.16). Essa também seria sua atitude na própria Roma, a latrina dourada e arrogante de todas as coisas imundas. A terrível depravação descrita nos versículos de 18 a 32 atingira em Roma o seu cúmulo.

1.16 - Salvação. Para uma exposição do significado da palavra "salvação", bem como de duas outras palavras que a Bíblia emprega nesse sentido.
Rm 1.16 “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.”

Deus nos oferece livremente a vida eterna em Jesus Cristo, mas, às vezes, nos é difícil compreender o processo exato usado para torná-la disponível a nós. Por isso, Deus apresenta na Bíblia vários aspectos da salvação, cada um com sua ênfase exclusiva. Este estudo examina três desses aspectos: a salvação, a redenção e a justificação.

SALVAÇÃO. Salvação significa “livramento”, “chegar à meta final com segurança”, “proteger de dano”. Já no AT, Deus revelou-se como o Salvador do seu povo (Êx 15.2; Sl 27.1; 88.1). A salvação é descrita na Bíblia como “o caminho”, ou a estrada através da vida, para a comunhão eterna com Deus no céu (Mt 7.14; Mc 12.14; Jo 14.6; At. 16.17; 2Pe 2.21; At. 9.2; 22.4; Hb 10.20). Esta estrada deve ser percorrida até o fim. A salvação pode ser descrita como um caminho com dois lados e três etapas:
1) O único caminho da salvação. Cristo é o único caminho ao Pai (Jo 14.6; At. 4.12). A salvação nos é concedida mediante a graça de Deus, manifesta em Cristo Jesus (3.24). A salvação é baseada na morte de Cristo (3.25; 5.8), sua ressurreição (5.10) e sua contínua intercessão pelos salvos (Hb 7.25).
2) Os dois lados da salvação. A salvação é recebida de graça, mediante a fé em Cristo (3.22,24,25,28). Isto é, ela resulta da graça de Deus (Jo 1.16) e da resposta humana da fé (At 16.31; Rm 1.17; Ef 1.15; 2.8)
3) As três etapas da salvação.
a) A etapa passada da salvação inclui a experiência pessoal mediante a qual nós, como crentes, recebemos o perdão dos pecados (At. 10.43;para a vida espiritual ; do poder do pecado para o poder do Senhor (6.17-23), do domínio de Satanás para o domínio de Deus (At. 26.18). A salvação nos leva a um novo relacionamento pessoal com Deus (Jo 1.12) e nos livra da condenação do pecado (1.16; 6.23; 1Co 1.18).

b) A etapa presente da salvação nos livra do hábito e do domínio do pecado, e nos enche do Espírito Santo. Ela abrange:
 I) o privilégio de um relacionamento pessoal com Deus como nosso Pai e com Jesus como nosso Senhor e Salvador (Mt 6.9; Jo 14.18-23; ver Gl 4.6 nota);
 II) a conclamação para nos considerarmos mortos para o pecado (6.1-14) e para nos submetermos à direção do Espírito Santo (8.1-16) e à Palavra de Deus (Jo 8.31; 14.21; 2Tm 3.15,16);
 III) o convite para sermos cheios do Espírito Santo e a ordem de continuarmos cheios (At 2.33-39)
 IV) a exigência para nos separarmos do pecado (6.1-14) e da presente geração perversa (At 2.40; 2Co 6.17);
 V) a chamada para travar uma batalha constante em prol do reino de
Deus contra Satanás e suas hostes demoníacas (2Co 10.4,5; Ef 6.11,16; 1Pe 5.8).

c) A etapa futura da salvação (13.11,12; 1Ts 5.8,9; 1Pe 1.5) abrange
I) nosso livramento da ira vindoura de Deus (5.9; 1Co 3.15; 5.5; 1Ts 1.10; 5.9);
II) nossa participação da glória divina (Rm 8.29; 2Ts 2.13,14) e nosso recebimento de um corpo ressurreto, transformado (1Co 15.49-52);
III ) os galardões que receberemos como vencedores fiéis Essa etapa futura da salvação é o alvo que todos os cristãos se esforçam para alcançar (1Co 9.24-27; Fp 3.8-14). Toda advertência, disciplina e castigo do tempo presente da vida do crente têm como propósito preveni-lo a não perder essa salvação futura (1Co 5.1-13; 9.24-27; Fp 2.12,16; 2Pe 1.5-11).

Redenção. O significado original de “redenção” é resgatar mediante o pagamento de um preço. A expressão denota o meio pelo qual a salvação é obtida, a saber: pagamento de um resgate.
A doutrina da redenção pode ser resumida da seguinte forma:
1) O estado do pecado, do qual precisamos ser redimidos. O NT mostra que o ser humano está alienado de Deus (3.10-18), sob o domínio de Satanás (At. 10.38; 26.18), escravizado pelo pecado (6.6; 7.14) e necessitando de livramento da culpa, da condenação e do poder do pecado (At. 26.18; Rm 1.18; 6.1-18, 23; Ef 5.8; Cl 1.13; 1Pe 2.9).
2) O preço pago para nos libertar dessa escravidão: Cristo pagou esse resgate ao derramar o seu sangue e dar sua vida (Mt 20.28; Mc 10.45; 1Co 6.20; Ef 1.7; Tt 2.14; Hb 9.12; 1Pe 1.18,19).
3) O estado presente dos redimidos: Os crentes redimidos por Cristo estão agora livres do domínio de Satanás e da culpa e do poder do pecado (At. 26.18; Rm 6.7,12,14,18; Cl 1.13). Essa libertação do pecado, no entanto, não nos deixa livres para fazer o que queremos, pois somos propriedade de Deus. A nossa libertação do pecado por Deus nos torna em servos voluntários seus (At. 26.18; Rm 6.18-22).
4) A doutrina de redenção no NT já estava prefigurada nos casos de redenção registrados no AT. O grande evento redentor do AT foi o êxodo de Israel.
Também, no sistema sacrificial levítico, o sangue de animais era o preço pago para expiar o pecado.

JUSTIFICAÇÃO. A palavra “justificar”  significa ser “justo (ou reto) diante de Deus” (2.13), tornado justo (5.18,19), “estabelecer como certo” ou “endireitar”. Denota estar num relacionamento certo com Deus, mais do que receber uma mera declaração judicial ou legal. Deus perdoa o pecador arrependido, a quem Ele tinha declarado culpado segundo a sua lei e condenado à morte eterna, restaura-o ao favor divino e o coloca em relacionamento correto (comunhão) com Ele mesmo e com a sua vontade. Ao apóstolo Paulo, foram reveladas várias verdades a respeito da justificação e como ela é efetuada:
1) A justificação diante de Deus é uma dádiva (3.24; Ef 2.8). Ninguém pode justificar-se diante de Deus guardando toda a lei ou fazendo boas obras (4.2-6; Ef 2.8,9), “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (3.23).
2) A justificação diante de Deus se alcança mediante a “redenção que há em Cristo Jesus” (3.24). Ninguém é justificado sem que antes seja redimido por Cristo, do pecado e do seu poder.
3) A justificação diante de Deus provém da “sua graça”, sendo obtida mediante a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador (3.22,24)
 4) A justificação diante de Deus está relacionada ao perdão dos nossos pecados (Rm 4.7). Os pecadores são declarados culpados diante de Deus (3.9-18,23), mas por causa da morte expiatória de Cristo e da sua ressurreição são perdoados.
 5) Uma vez justificados diante de Deus, mediante a fé em Cristo, estamos crucificados com Ele, o qual passa a habitar em nós (Gl 2.16-21). Através dessa experiência, nos tornamos de fato justos e começamos a viver para Deus (2.19-21). Essa obra transformadora de Cristo em nós, mediante o Espírito (2Ts 2.13; 1Pe 1.2), não se pode separar da sua obra redentora a nosso favor. A obra de Cristo e a do Espírito são de mútua dependência.

1.17 - De fé em fé. "De fé em fé" significa literalmente "fé do começo ao fim". O justo deve viver sempre pela fé, e, assim fazendo, continua a viver uma vida, espiritualmente cada vez mais rica.

1.18 – A ira de deus. A ira de Deus é uma expressão da sua justiça e do seu amor.  É a indignação pessoal de Deus e sua reação imutável diante de todo o pecado (Ez 7.8,9; Ef 5.6; Ap 19.15) causada pelo comportamento iníquo do ser humano (Êx 4.14; Nm 12.1-9; 2 Sm 6.6,7) e nações (Is 10.5; 13.3; Jr 50.13; Ez 30.15), e pela apostasia e infidelidade do seu povo (Nm 25.3; 32.10-13; Dt 29.24-28).
1) No passado, a ira de Deus e seu ódio ao pecado revelou-se através do dilúvio (Gn 6-8), da fome e da peste (Ez 6.11ss), do abrasamento da terra (Dt 29.22,23), da dispersão do seu povo (Lm 4.16) e de incêndio através da terra (Is 9.18,19).
 2) No presente, a ira de Deus é vista quando Ele entrega os ímpios à imundícia e às vis paixões  e leva à ruína e à morte todos quantos persistem em lhe desobedecer (1.18-3.18; 6.23; Ez 18.4; Ef 2.3).
3) No futuro, a ira de Deus incluirá a Grande Tribulação para os ímpios deste mundo (Mt 24.21; Ap 6-19) e um dia vindouro de juízo para todos os povos e nações (Ez 7.19; Dn 8.19) "dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão" (Sf 1.15), um dia de prestação de contas para os iníquos (2.5; Mt 3.7; Lc 3.17; Ef 5.6; Cl 3.6; Ap 11.18; 14.8-10; 19.15). Por fim, Deus manifestará sua ira mediante o castigo eterno sobre os que não se arrependerem.
4) A ira de Deus não é a sua última palavra aos seres humanos, pois Ele proveu um meio de escape ou salvação da sua ira. O pecador pode arrepender-se do seu pecado e voltar-se a Jesus Cristo por fé (5.8; Jo 3.36; 1 Ts 1.10; 5.9).
5) Os crentes unidos a Cristo devem compartilhar da ira de Deus contra o pecado, não no sentido de vingança, mas por amor sincero à justiça e aversão ao mal O NT reconhece uma ira santa que aborrece aquilo que Deus odeia; ira esta evidenciada principalmente no próprio Jesus (Mc 3.5; Jo 2.12-17; Hb 1.9) em Paulo (At 17.16) e outras pessoas justas.

1.21 - Não o glorificaram. Embora os versículos 21-28 tratem principalmente da depravação cada vez pior entre os ímpios, eles também apontam os princípios por que um dos pecados principais dos líderes cristãos que caem é a imoralidade.
1) Quando os líderes da igreja tornam-se orgulhosos (v. 22), buscam honra para si mesmos (v. 21) e exaltam a si mesmos (a criatura) mais do que o Criador (v. 25), uma porta se abre, então, na sua vida, à impureza sexual e à vergonhosa concupiscência (v. 24,26). Caso não voltem arrependidos, serão por fim controlados por uma mente pervertida (v. 28).
2) Tais pessoas talvez prossigam na concupiscência e pecados vergonhosos, enquanto justificam seus próprios atos como sendo fraqueza humana comum, persuadindo a si mesmos que ainda estão em comunhão com o Espírito Santo e no gozo da salvação. Fecham seus olhos à advertência bíblica de que "nenhum fornicador, ou impuro... tem herança no Reino de Cristo" (Ef 5.5).

1.24 - Também Deus os entregou. Um sinal evidente de Deus ter abandonado qualquer sociedade ou povo é que tais pessoas tornam-se obcecadas pela imoralidade e perversão sexuais.
1) A expressão: "também Deus os entregou" à imundícia significa que Deus abandonou essas pessoas às concupiscências mais baixas. A palavra "concupiscência"neste versículo, denota uma paixão desenfreada por prazeres sexuais proibidos ( 2 Co 12.21; Gl 5.19; Ef 5.3).
2) As três etapas do abandono por Deus, à impureza são:
a) Ele entrega as pessoas aos prazeres sexuais pecaminosos que degradam o corpo (v. 24);
b) Ele as entrega as paixões homossexuais ou lésbicas, vergonhosas (v. 26,27); a seguir:
c) Ele as entrega a um sentimento perverso, sua mente justifica as suas ações iníquas e pensam continuamente no mal e nos prazeres dos pecados sexuais (v. 28). Essas três etapas ocorrem entre todos que rejeitam a verdade da revelação divina e que buscam o prazer na iniqüidade (v.18).
3) Deus tem dois propósitos ao abandonar os iníquos ao pecado:
a) permitir que o pecado e suas conseqüências se acelerem como parte do seu juízo sobre eles (2.2);
b) levá-los a reconhecer sua necessidade da salvação (2.4).

1.25 - Mentira. A "mentira", aqui, é a mensagem de Satanás, o pai da mentira (Jo 8.44): "sereis como Deus" (Gn 3.5).
1) Crer na mentira é rejeitar "a verdade de Deus" e tomar parte na idolatria (Gn 3.5; Cl 3.5; 2 Ts 2.11 nota).
2) A Bíblia adverte constantemente contra o orgulho devido à tendência do ser humano de crer na mentira e adorar a si mesmo. "Visto como se eleva o teu coração, e dizes: Eu sou Deus" (Ez 28.2; cf. Pv 6.17; 8.13; 16.18; 1 Tm 3.6; Tg 4.6; 1 Jo 2.16).

1.27 - Varão com varão. O apóstolo, certamente, considerou a abominação homossexual do homem e da mulher como a evidência máxima da degeneração humana, resultante da imoralidade e do abandono da pessoa por Deus (Gn 19.4,5; Lv 18.22). Qualquer nação que justifica o homossexualismo ou o lesbianismo, como modo aceitável de vida, está nas etapas finais da corrupção moral.. Mais textos bíblicos a respeito dessa prática horrível: Gn 19.4-9; Lv 20.13; Dt 23.17; 1 Rs 14.24; 15.12; 22.46; Is 3.9; 1 Co6.9,10; 1 Tm 1.10; 2 Pe 2.6; Jd v. 7.

1.32 - Consentem aos que as fazem. A última palavra de Paulo sobre a pecaminosidade humana tem a ver com a condenação, por Deus, de uma condição do ser humano merecedora de maior juízo do que a própria prática do pecado, apoiar, aprovar e incentivar o mal, sentindo prazer nas práticas imorais dos outros. Esse é o derradeiro grau da depravação deleitar-se com a concupiscência e a iniqüidade dos outros. É o pecado como forma de entretenimento.
1) A palavra "consentem", significa "concordar", "consentir" ou "solidarizar-se", indicando o prazer imodesto nos pecados dos outros, ora prevalecente na sociedade humana.
2) Em nossos dias, sabemos quão grandes danos são produzidos pelas cenas imorais que dominam a mídia do entretenimento; mesmo assim, muitos consentem nisso, tendo nelas prazer. Quem se diverte, olhando outras pessoas pecarem e cometerem atos malignos, mesmo sem os praticar pessoalmente, receberá a mesma condenação divina que aqueles que as cometem. A iniqüidade aumenta em qualquer sociedade onde não há restrição decorrente da desaprovação, pelos outros, de tais males.
3) Logo, aqueles (e especialmente aqueles que professam fé em Cristo) que se divertem com as práticas imorais dos outros, mesmo sem cometê-las, contribuem diretamente para predispor a opinião pública à imoralidade e, portanto, à corrupção e, por fim, à condenação eterna de um número infinito de pessoas. Esse pecado é digno da morte (v. 32) e será desmascarado e condenado no dia do juízo (2 Ts 2.12).
No capítulo 1, Paulo mostrou que os gentios entregaram-se à prática do pecado.
Agora, no capítulo 2, ele demonstra que os judeus praticam as mesmas coisas e, igualmente, precisam da salvação em Cristo.

Os judeus também são culpados (2.1-29). O quadro chocante que Paulo pinta da pecaminosidade humana é igualmente aplicado aos judeus - embora desejem a própria a nação Deus, pois eles também praticam os pecados que a raça humana 57d. C.

       Você é indesculpável (2.1) Tu... fazes o mesmo. inclui cada um de nós. Não é que cada pessoa faça todas as coisas mencionadas em 1.29-31; trata-se do quadro global da raça humana. Cada um de nós é culpado de algumas das coisas mencionadas ali.

2.3 - Fazendo-as tu. Uma pessoa, antes de procurar melhorar os outros, deve melhorar a si mesma, abandonando os seus próprios pecados. Igrejas há que se esforçam para levar a sociedade ímpia a observar os padrões bíblicos, enquanto elas, por sua cegueira espiritual, não vêem o mundanismo e a imoralidade entre seus próprios membros (Lc 6.42). Antes de uma igreja querer levar o mundo a viver retamente, ela deve submeter-se à sondagem divina e mudar o que for preciso, segundo a vontade de Deus.

2.7 - Glória, e honra, e incorrupção. No próprio início do seu tratado sobre a salvação, Paulo esclarece uma verdade fundamental no tocante ao modo de Deus lidar com a raça humana no seu todo. Deus castiga os malfeitores e recompensa os justos (Gl 6.7,8).
1) Os justos são os que foram justificados pela fé em Cristo (1.16,17; 3.24) e que perseveram em fazer aquilo que é certo, segundo o padrão divino (vv. 7,10; Mt 24.13; Cl 1.23; Hb 3.14; Ap 2.10). Dão muito valor à glória que vem de Deus (1.23; 5.2; 8.18) e buscam a vida eterna (8.23; 1 Co 15.51-57; 1 Pe 1.4; Ap 21.1-22.5).
2) Aqueles que buscam a imortalidade, fazem-no pela graça, mediante a fé (3.24,25; Ef 1.4-7; 2.8-10; 2 Tm 2.1). Os fiéis terão "honra e incorrupção", na vida futura, mediante a "perseverança" em fazer o bem (Mt 24.12,13), pela graça eficiente que Cristo aqui lhes concede.
3) Aqueles que praticam o mal são egoístas, desobedecem à verdade, e têm prazer na iniqüidade. Colherão ira e tribulação (1.28-32; 2.8,9)

2.12 - Também perecerão. Todos aqueles que continuarem no pecado, mesmo não tendo nenhum conhecimento da lei de Deus, perecerão, porque têm uma certa medida de conhecimento do certo e do errado (v. 14,15). Deus não salvará automaticamente aqueles que não vierem a conhecer o evangelho, nem lhes dará uma segunda oportunidade depois da morte. O sofrimento eterno que terão aqueles que não ouviram o evangelho deve nos impulsionar a fazer todo esforço possível para evangelizar a toda criatura, em todas as nações

2.13 - Os que praticam a lei hão de ser justificados. Paulo não emprega o termo "lei", aqui, no sentido de um sistema de estatutos que a pessoa poderá cumprir e merecer a sua salvação sem a graça. "Lei", aqui, representa a vontade de Deus revelada à raça humana. Meramente ouvir a Palavra de Deus, de nada aproveita sem a fé, a submissão e a obediência a Deus. É preciso a "obediência da fé" (1.5;16.26), praticada por amor (Gl 5.6).

No dia em que Deus julgar os  segredos dos homens (2.16). Deus há de julgar Naquele dia, o critério não será a raça do indivíduo — judeu ou gentio — mas a condição intima do coração e sua atitude para com Deus e as pessoas na vida diária.

2.24 - O nome de Deus é blasfemado. Os pecados dos judeus deram ocasião aos gentios blasfemarem do nome de Deus. Da mesma maneira, hoje, os pecados das igrejas liberais ou dos crentes professos dão ao ímpio motivo para blasfemarem do nome de cristo.

2.29 - Circuncisão... do coração, no espírito. É uma referência à obra da graça de Deus no coração do crente, que o torna co-participante da natureza divina e o capacita a viver uma vida pura, separada do pecado, para a glória de Deus (Dt 10.16; Jr. 4.4; 2 Pe 1.4). Sendo assim, um santo viver é o sinal externo de que estamos sob a nova aliança.
Nos capítulos 1,2, Paulo demonstrou que todo mundo, seja gentio ou judeu, é escravo do pecado

Rm. 3 - Cristo é a propiciação pelo pecado
Para que os judeus? (v. 1-20). Se os judeus, na questão da pecaminosidade, estão na mesma situação diante de Deus que as demais nações, por que então a necessidade da existência da nação judaica?
A resposta é que a nação judaica veio a existir a fim de que a ela fosse confiada a revelação de Deus e ela preparasse o caminho para o advento de Cristo, de segundo o propósito divino, a nação dos hebreus foi fundada para cumprir um propósito especial para a redenção dos seres humanos. Mais isto não significa que os judeus eram intrinsecamente melhores à vista de Deus as que as outras nações.
Um dos propósitos da Lei era levar todos a compreender que são pecadores (v. 20) e que necessitam do Salvador.

3.9 - Todos estão debaixo do pecado. Em 3.9-18, ele explica o porquê disso e ensina que todo ser humano tem uma natureza pecaminosa, que o instiga ao pecado e ao mal. Disso resulta que todos são culpados e estão sob a condenação divina (v. 23). A solução de Deus, para essa situação trágica, é oferecer perdão, ajuda graça, justiça e salvação a todos, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (vv. 21-26).

3.10-18 - Não há um justo. Estes versículos expressam o exato conceito da natureza humana. Todas as pessoas, no seu estado natural, são pecadoras. A totalidade do seu ser é afetada negativamente pelo pecado, sendo também propensas a conformar-se com o mundo, quanto ao diabo, e quanto à natureza pecaminosa Todos são culpados de desviar-se do caminho da piedade para o caminho do egoísmo.

3.18 - Não há temor de Deus. Por que a humanidade continua em tão deplorável condição? Porque "não há temor de Deus diante de seus olhos". Se tivesse "temor de Deus", teria buscado a reconciliação e a paz com Deus. "Pelo temor do Senhor, os homens se desviam do mal" (Pv 16.6; Pv 3.7; 8.13; 9.10

Cristo, nossa propiciação (v. 21-31). Pela natureza eterna das coisas, o pecado é pecado, a justiça é justiça e Deus é justo — por isso não pode existir misericórdia Á parte da justiça. O pecado precisa ser castigado. Portanto, o próprio Deus, na pessoa de Cristo, tornou sobre si o castigo pelos pecados da raça humana. Por isso, pode perdoar os pecados das pessoas e, quanto aos que aceitam com gratidão o sacrifício do Salvador, pode-se considerar que têm a mesma justiça que o próprio salvador.

3.21 - A justiça de Deus. Esta expressão refere-se à ação redentora de Deus na esfera do pecado humano, mediante a qual, Ele, dentro das normas da sua justiça (v. 26), leva-nos a um relacionamento correto com Ele mesmo e nos liberta do poder do mal.
 1) Essa revelação da justiça de Deus no evangelho não é algo que ocorreu somente no passado. Como o poder de Deus para a salvação que acompanha o crente, ela se mantém nova e suficiente.
2) Essa justiça de Deus é nossa, mediante a fé em Jesus Cristo (v. 22)

3.22 - Fé em Jesus cristo. Vemos aqui que Jesus Cristo é o real objeto da nossa fé (Jo 3.16; At 16.31). A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é a única condição que Deus requer do pecador, para a sua salvação.

3.24 - Justificados gratuitamente... pela redenção. Este versículo contém duas das palavras que Paulo mais usa para expressar a salvação: "justificados" e "redenção".

3.25 - Seu sangue. O NT enfatiza várias verdades no tocante à morte de Cristo em prol da humanidade.
1) Foi um sacrifício, a oferenda do seu sangue, da sua vida (1 Co 5.7; Ef 5.2).
2) Foi vicária, ele morreu, não para seu próprio bem, mas para o bem dos outros (5.8; 8.32; Mc 10.45; Ef 5.2).
3) Foi substituinte, Cristo padeceu a morte como a penalidade do nosso pecado, como nosso substituto.
4) Foi propiciatória, i.e., a morte de Cristo em prol dos pecadores satisfez a lei justa de Deus, bem como a ordem moral divina. A morte de Cristo removeu a ira de Deus contra o pecador arrependido. A integridade de Deus exigia que o pecado fosse castigado e que fosse feita propiciação junto a Ele, em nosso favor. Pela propiciação no sangue de Cristo, a santidade de Deus permaneceu imaculada e Ele pôde manifestar, com toda justiça, a sua graça e amor na salvação (v. 25). Deve ser enfatizado que o próprio Deus propôs Cristo como nossa propiciação (v. 25). Ele não precisava ser persuadido a demonstrar misericórdia e amor, pois "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (2 Co 5.19; cf. Jo 3.16; Rm 5.8; 8.3,32; 1 Co 8.6; Ef 4.4-6).
5) Foi expiatória, i.e., um sacrifício para fazer expiação ou reparação pelo pecado. Como expiação, o sacrifício visa a remir a culpa. Pela morte de Cristo, foram anulados a culpa e o poder do pecado, que fazem separação entre Deus e o crente.
6) Foi eficaz, a morte expiatória de Cristo tem em si o poder de produzir o efeito cabal necessário da redenção, quando esta é buscada pela fé.
7) Foi vitoriosa, na cruz, Cristo triunfou na sua luta contra o poder do pecado, de Satanás e de suas hostes demoníacas, que mantinham o ser humano no cativeiro. Sua morte foi a vitória inicial sobre os inimigos espirituais de Deus e dos homens (8.3; Jo 12.31,32; Cl 2.15). Assim sendo, a morte de Cristo é redentora. Dando sua própria vida como resgate (1 Pe 1.18,19), Ele nos libertou dos inimigos que mantinham a raça humana na escravidão, o pecado (6.6), a morte (2 Tm 1.10; 1 Co 15.54-57) e Satanás (At. 10.38); e nos libertou para servirmos a Deus .Todos os benefícios da morte sacrificial de Cristo, mencionados supra, pertencem, em potencial, a todo ser humano, mas tornam-se realidade somente para aqueles que, pela fé, aceitam Jesus Cristo e seu sacrifício redentor em lugar deles.

3.31 - Estabelecemos a lei. A salvação em Cristo não significa que a Lei perdeu o seu valor. Na realidade, a justificação pela fé confirma a Lei, quanto ao seu propósito e função original. Mediante sua reconciliação com Deus e a obra regeneradora do Espírito Santo, o crente é capacitado a honrar e obedecer à Lei moral de Deus.
CONTINUA NILZA CARDOSO

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